
Era pra ser mais um dia normal de trabalho. O sol escaldante de julho em Caruaru castigava o asfalto quando aconteceu o que ninguém esperava — um daqueles acidentes que deixam a cidade em choque. Por volta das 10h da manhã desta quarta (16), um prestador de serviços terceirizado pela prefeitura foi atingido brutalmente por um carro enquanto fazia manutenção na via pública.
Segundo testemunhas — e aqui a voz delas treme ao contar — o homem nem viu de onde veio o golpe. "Foi tudo rápido demais, como um raio num céu azul", descreve uma senhora que pediu pra não ser identificada. O motorista, dizem, tentou frear, mas já era tarde. Muito tarde.
O caos depois do impacto
A cena foi dantesca: ferramentas espalhadas, o boné do trabalhador jogado a metros de distância, e o silêncio pesado que só é quebrado por gritos de socorro. O SAMU chegou rápido, mas o que os paramédicos encontraram já era caso perdido. "A gente tenta, sabe? Mas algumas batalhas a medicina ainda não ganhou", confessou um dos socorristas, com aquela cara de cansado que só quem lida com morte todo dia tem.
E agora? Agora fica aquele vazio. A prefeitura emitiu uma nota meia-boca dizendo que "lamenta profundamente" — essas palavras de sempre que não devolvem um pai pra família. O departamento de trânsito prometeu "reforçar a sinalização" em áreas de serviço, mas convenhamos: depois que a casa cai, todo mundo vira especialista em prevenção.
Perguntas que não querem calar
- O motorista estava distraído? Celular na mão, talvez?
- Faltou sinalização adequada no local do serviço?
- Quantos mais vão morrer antes de levar a sério a segurança dos trabalhadores urbanos?
Enquanto isso, nas redes sociais, a comoção é grande — como sempre é quando a morte bate na porta do vizinho. "Mais um anjo nasceu hoje", escreveu alguém. Outros cobram ações concretas: "Chega de discurso, queremos mudança!".
O certo é que Caruaru acordou diferente hoje. E um relógio de ponto nunca mais vai ser batido por quem só queria ganhar seu pão de cada dia.