
Não era pra ser um dia diferente naquela borracharia de Canoas, no Rio Grande do Sul. O sol escaldante de julho, aquele cheiro característico de borracha queimada e o vai-e-vem de clientes apressados. Até que, num piscar de olhos, tudo mudou.
Por volta das 14h desta quinta-feira (17), um estouro ensurdecedor ecoou pela oficina. Testemunhas contam que parecia um trovão caído do céu azul - irônico, já que nem uma nuvem havia no horizonte. O funcionário, cuja identidade ainda não foi divulgada, realizava aquela que deveria ser uma rotineira troca de pneus quando o inesperado aconteceu.
O que deu errado?
Especialistas em segurança no trabalho já começam a especular. Poderia ter sido um vazamento de gás acumulado? Um defeito na câmara de ar? Ou quem sabe até mesmo um equipamento danificado que passou despercebido no dia-a-dia corrido do estabelecimento.
"A gente nunca imagina que algo assim vai acontecer", comenta um vizinho que preferiu não se identificar. "Passo ali todo dia, cumprimento os caras... É duro pensar que alguém foi trabalhar e não voltou pra casa."
As consequências
Além da vítima fatal - um homem de aproximadamente 35 anos -, outros dois colegas sofreram ferimentos leves. Eles foram levados para o Hospital Municipal em estado estável, mas, convenhamos, o trauma psicológico é algo que nenhum pronto-socorro pode curar com rapidez.
O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente ao local, mas pouco podia ser feito. A cena era de caos: ferramentas espalhadas, vidros estilhaçados e aquele silêncio pesado que só tragédias desse tipo conseguem produzir.
Enquanto isso, a delegacia regional já abriu inquérito para apurar as causas exatas do acidente. Será que faltaram equipamentos de segurança? O local tinha alvará em dia? Perguntas que, por mais dolorosas que sejam, precisam de respostas.
Uma coisa é certa: essa história vai deixar marcas muito além da borracharia em si. É o tipo de acontecimento que faz a gente repensar sobre quantos riscos invisíveis enfrentamos no cotidiano, muitas vezes sem nem perceber.