A situação no bairro de São Cristóvão, em Salvador, beira o caótico. Desde a última quarta-feira, os moradores acordaram com uma realidade que transformou suas rotinas num verdadeiro pesadelo logístico. Simplesmente não há ônibus circulando — zero, nenhum, nadica de nada.
E não foi por falta de aviso. A paralisação já completou mais de 48 horas, deixando milhares de pessoas literalmente ilhadas dentro do próprio bairro. Imagina só: trabalhadores perdendo o emprego, estudantes faltando aula, idosos sem conseguir ir ao médico. Uma loucura total.
O Motivo? Dinheiro, Sempre Ele
O cerne da questão — e aqui vem a parte previsível — gira em torno de recursos financeiros. As empresas de transporte alegam que o município está devendo valores referentes a bilhetes gratuitos e passes estudantis. Segundo eles, a prefeitura simplesmente não pagou o que devia.
Do outro lado, a Secretaria Municipal de Mobilidade jura de pés juntos que depositou R$ 3,6 milhões nesta quarta-feira mesmo. Afirmam que cumpriram sua parte do acordo. Mas as empresas? Continuam paradas, firmes e fortes na decisão de não voltar a operar.
E o Povo? Que Se Vire
Enquanto essa queda de braço institucional segue seu curso, quem paga o pato é sempre o mesmo: o cidadão comum. Conversando com alguns moradores, a frustração é palpável.
"Estou há dois dias sem ir trabalhar", desabafa uma moradora que preferiu não se identificar. "Meu chefe já está ameaçando me demitir, mas como eu faço? Voar?"
Outros relatam gastos exorbitantes com aplicativos de transporte — quando conseguem, porque a demanda explodiu e os preços acompanharam o frenesi. Um trajeto que custaria R$ 15 agora sai por mais de R$ 40. Absurdo puro.
Tem Solução à Vista?
Parece que não tão cedo. As negociações entre prefeitura e empresas seguem emperradas, cada lado jogando a responsabilidade para o outro. Enquanto isso, São Cristóvão vive uma quarentena involuntária.
O que me deixa pensando: será que ninguém percebe o tamanho do estrago que isso causa na vida das pessoas? Parece que esquecem que transporte público não é luxo — é necessidade básica, quase como água e luz.
O jeito é torcer para que cheguem a um acordo rápido. Porque do contrário, a tendência é piorar — e muito. Salvador não pode se dar ao luxo de ter bairros inteiros desconectados do resto da cidade. Isso, no fim das contas, prejudica todo mundo.
