
Imagine pegar um ônibus tão cheio que você mal consegue respirar, com o calor amazônico transformando o veículo numa verdadeira sauna sobre rodas. Pois é exatamente essa a realidade que estudantes de Boa Vista enfrentam diariamente — e a situação, longe de melhorar, só piora.
Não é exagero dizer que os ônibus andam abarrotados a ponto de lembrar aquelas famosas "latas de sardinha" que a gente só via em filme. O problema é que aqui a temperatura chega facilmente aos 35°C, criando um ambiente que mistura desconforto com risco à saúde. E os estudantes, claro, são os que mais sofrem.
O Drama dos Horários de Pico
Nos horários de entrada e saída das aulas, a cena é digna de registro: jovens precisando fazer verdadeiras acrobacias para conseguir embarcar, sem falar nos que ficam para trás porque simplesmente não cabe mais ninguém. É desumano, pra ser sincero.
E o calor? Meu Deus, o calor dentro desses ônibus superlotados alcança níveis que beiram o insuportável. Alguns alunos chegam a passar mal durante o trajeto, com tonturas e mal-estar sendo queixas frequentes. Parece que ninguém pensou que transportar pessoas em condições tão precárias poderia ter consequências.
Relatos que Chocam
Conversando com alguns estudantes, ouvi histórias que dariam um bom roteiro de drama:
- "Já perdi prova porque o ônibus passou lotado três vezes seguidas" — conta uma aluna do ensino médio
- "É comum ver pessoas desmaiando, principalmente nas tardes mais quentes" — relata um universitário
- "Chego em casa mais cansado da viagem do que das aulas" — desabafa outro estudante
E o pior: muitos precisam acordar horas mais cedo só para garantir que vão chegar na hora certa — quando conseguem embarcar, claro.
Falta de Soluções à Vista?
Enquanto isso, as promessas de melhorias no transporte público parecem sempre estar "na próxima gestão" ou "em estudo". Os estudantes, é claro, continuam pagando o preço — literal e figurativamente — por um serviço que deixa muito a desejar.
A verdade é que Boa Vista cresceu, a população aumentou, mas o transporte público parece ter parado no tempo. E quem paga o pato são justamente aqueles que dependem desse serviço para construir seu futuro: os estudantes.
Será que precisamos esperar uma tragédia para que alguém tome providências? A pergunta fica no ar, assim como o calor dentro dos ônibus.