Imagine tentar dormir com o barulho de um trovão passando a cada cinco minutos. Agora troque o trovão por caminhões de 30 toneladas. É assim que vivem os moradores da Rua Lindolfo Braga, no interior do Rio de Janeiro — exaustos, irritados e, acima de tudo, preocupados.
"Parece que moro ao lado de um canteiro de obras 24 horas", desabafa Maria Silva, residente há 15 anos no local. "Minha casa treme, os vidros vibram, e meu neto de 2 anos acorda assustado toda noite."
Um problema que não para de crescer
Nos últimos meses, o fluxo de veículos pesados aumentou de forma absurda. E não são apenas um ou dois — estamos falando de dezenas por hora, muitos deles carregados até a boca com materiais de construção. A via, que deveria ser tranquila, virou um atalho para motoristas apressados.
- Pavimento destruído: crateras que mais parecem pequenos vulcões
- Poluição sonora acima dos 85 decibéis — limite considerado seguro
- Risco constante para pedestres, principalmente idosos e crianças
O comércio local também sofre. "Os clientes reclamam que não conseguem estacionar", conta o dono de uma padaria, que prefere não se identificar. "E quando conseguem, saem rápido por causa do barulho."
O que dizem as autoridades?
Até agora, silêncio ensurdecedor. A prefeitura alega estar "analisando o caso", enquanto os moradores acumulam abaixo-assinados e vídeos que mostram a situação caótica. Alguns já falam em protesto — coisa que ninguém quer, mas pode ser o único jeito de serem ouvidos.
Enquanto isso, a vida segue entre buracos, poeira e noites mal dormidas. Será que precisará acontecer um acidente grave para alguém tomar providências? A pergunta fica no ar, assim como a fumaça preta que os caminhões deixam para trás.
