
Finalmente, um suspiro de alívio para quem depende do transporte coletivo na capital amazonense. Depois de um dia verdadeiramente caótico — quem teve que se virar com caronas, aplicativos caríssimos ou até a pé sabe do que estou falando —, os ônibus estão, aos poucos, retomando seus trajetos pelas vias de Manaus.
Parece que a pressão de uma cidade inteira parada falou mais alto. Na noite desta quarta-feira (10), depois de uma maratona de negociações que se estendeu pela madrugada, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Manaus (Sinetram) e o Sindicato dos Rodoviários chegaram a um consenso. Um daqueles acordos de última hora que todo mundo torce para que aconteça.
O Que Ficou Acertado?
O cerne da discussão, como quase sempre é, era financeiro. Os rodoviários brigavam por um reajuste salarial de 5%, um valor que, na visão deles, simplesmente repõe a perda inflacionária do último ano. Do outro lado, as empresas inicialmente ofereciam apenas 2,5%.
O meio-termo? Um aumento de 3,5%, acertado na quinta-feira (11). Mas não foi só isso. O acordo também garante o pagamento retroativo referente ao mês de agosto — um ponto crucial para os trabalhadores. Uma vitória? Depende de que lado você olha. Para os rodoviários, foi o possível. Para as empresas, também.
E a Volta à Normalidade? É Imediata?
Calma, nem tudo são flores. A volta dos coletivos às ruas é gradual. Essa é a palavra de ordem. Não espere que às 6h da manhã de sexta-feira toda a frota já estará circulando como se nada tivesse acontecido.
O próprio Sinetram emitiu um comunicado avisando que a operação vai sendo normalizada aos poucos. A recomendação para a população é de paciência — e de ficar de olho nos canais das empresas para saber quais linhas já estão rodando. Uma verdadeira prova de fogo para a mobilidade urbana manauara.
Ah, e importante: o Tudo Azul, aquele sistema de bilhetagem eletrônica, continua funcionando normalmente. Pelo menos nisso não houve susto.
O Saldo de um Dia de Paralisação
É difícil mensurar o prejuízo de um dia sem transporte público em uma metrópole como Manaus. O caos no trânsito foi inevitável, com ruas entupidas de carros particulares e um número limitadíssimo de vans tentando suprir a demanda. Muita gente sequer conseguiu chegar ao trabalho, a compromissos médicos ou à escola.
O que fica é a lição de como somos dependentes desses trabalhadores. E também o alerta: a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, mas quando ela arrebenta, todo mundo se machuca.