
Era pra ser mais um dia normal de correria pelas ruas de Birigui. Mas o que começou como uma rotina comum terminou em tragédia — daquelas que a gente nunca espera que aconteça aqui do lado.
Por volta das 14h desta quinta-feira, o motoboy Edson Carlos da Silva, de 41 anos, trafegava pela Rua dos Tucanos quando, por razões que ainda estão sendo apuradas, perdeu o controle da moto. O veículo, uma Honda CG 160 de placa QSD-8F23, simplesmente capotou. Não havia outros veículos envolvidos, o que torna tudo ainda mais inexplicável.
Testemunhas contam que a cena foi assustadora. Ele foi arremessado com violência contra o asfalto. Alguns corajosos tentaram prestar os primeiros socorros enquanto aguardavam o resgate, mas a situação era crítica — dessas que a gente sabe, no fundo, que não termina bem.
O que se sabe até agora?
A Polícia Militar chegou rapidamente ao local, mas Edson já não resistiu. Foi declarado morto ainda no local, poucos minutos após o ocorrido. A perícia técnica já esteve no local para coletar evidências e tentar reconstituir os momentos finais que levaram ao acidente.
Ninguém sabe ao certo o que causou a queda. Talvez uma distração momentânea, talvez um desvio brusco para evitar um buraco ou um animal — Birigui, como toda cidade do interior, tem seus trechos perigosos. Mas a verdade é que, no fim das contas, uma família perdeu um ente querido. E a cidade, mais um trabalhador.
Além do acidente: a vida por trás do capacete
Edson não era apenas "mais um entregador". Era pai, provavelmente sonhava com coisas simples — um almoço em família no domingo, uma conta paga no fim do mês. Trabalhava como motofrete, um ofício que virou espinha dorsal dos aplicativos, mas que segue sendo um dos mais perigosos do Brasil.
E isso me faz pensar: quantos Edsons estão agora na rua, sob sol ou chuva, arriscando a vida por uma entrega? Quantos deles sequer têm cobertura adequada em caso de acidente?
O caso agora está sob responsabilidade do 1º Distrito Policial de Birigui. Eles investigam as causas e devem ouvir testemunhas nos próximos dias. O corpo de Edson foi encaminhado para o IML de Araçatuba, onde familiares — muitos ainda em choque — aguardam para dar início aos trâmites do velório.
Uma morte como essa não é só um número. É um lembrete brutal de como a vida é frágil — e de como, muitas vezes, quem sustenta o país sobre duas rodas paga o preço mais alto possível.