Quem já pegou um ônibus em Teresina no meio da tarde sabe: as paradas viraram verdadeiras provas de resistência humana. O sol escaldante - aquele que parece derreter até as sombras - transforma esses espaços em autênticas saunas urbanas. E os passageiros? Viram figurantes de um reality show chamado "Quem aguenta mais sem desmaiar".
Nessa terça (17), a prefeitura finalmente decidiu mexer os pauzinhos. Depois de uma enxurrada de reclamações nas redes sociais (algumas bem criativas, diga-se), anunciou que vai instalar materiais especiais para tentar amenizar o problema. "É urgente", admitiu um assessor, enquanto enxugava a testa.
O inferno são os outros (e o concreto)
Parece brincadeira, mas não é. Em alguns pontos da cidade, os termômetros nas paradas chegam a marcar 10°C acima da temperatura ambiente. E olha que o normal já beira os 35°C na sombra! "É como esperar o ônibus dentro de um forno", desabafa Maria do Carmo, aposentada que precisa pegar transporte público três vezes por semana.
Os materiais prometidos pela gestão municipal - que tecnicamente chamam de "soluções de conforto térmico" - ainda não foram detalhados. Mas fontes próximas à secretaria de infraestrutura sugerem que podem ser desde toldos especiais até revestimentos que refletem o calor. Algo que, convenhamos, já deveria existir na capital mais quente do Brasil.
Enquanto isso, na vida real...
Enquanto as soluções não chegam, a criatividade popular vai dando seus pulos:
- Guarda-sóis gigantescos (os vendedores ambulantes agradecem)
- Garrafinhas de água congelada usadas como "ar condicionado portátil"
- Até leques improvisados com folhas de propaganda eleitoral
Curiosamente, o problema piorou nos últimos anos com a substituição das antigas coberturas metálicas por estruturas de concreto. Bonitas na planta, mas que acumulam calor como ninguém. "Parece que contrataram um forno de pizza como consultor", brinca um estudante, enquanto espera seu busão.
A prefeitura garante que as primeiras intervenções devem começar em 30 dias. Mas com esse calor, quem sabe não derretem antes os prazos - e a paciência dos teresinenses.
