Alerta nas Estradas: Transporte Ilegal de Crianças Dispara 33% no Maranhão - PRF Revela Números Alarmantes
Transporte irregular de crianças sobe 33% no Maranhão

Parece que a lição ainda não foi aprendida. E o preço dessa negligência pode ser altíssimo. A Polícia Rodoviária Federal no Maranhão acaba de divulgar números que dão arrepios: o transporte irregular de crianças sem os dispositivos de retenção adequados cresceu assustadores 33% no primeiro semestre deste ano.

Enquanto muita gente se preocupa com mil e uma coisas no trânsito, o básico - aquilo que pode salvar vidas - continua sendo negligenciado. A PRF registrou 318 ocorrências desse tipo entre janeiro e junho de 2025. No mesmo período do ano passado, foram 239. A matemática é cruel e o risco, iminente.

O que dizem os agentes da lei

Conversando com alguns desses profissionais que diariamente veem cenas que prefeririam não ver, a sensação é de frustração. "A gente para o carro e vê a criança solta no banco de trás, ou pior, no colo de alguém. As pessoas não entendem que num acidente, mesmo em baixa velocidade, aquela criança vira um projétil", desabafa um policial rodoviário que prefere não se identificar.

E não é exagero. A física é implacável. Uma colisão a apenas 50 km/h pode fazer com que uma criança de 25 kg seja arremessada com uma força equivalente a 1 tonelada. Os números frios da PRF mostram que:

  • Foram aplicadas 6.800 multas por infrações relacionadas ao transporte de crianças
  • O valor total das penalidades chegou a R$ 2,8 milhões
  • A falta do dispositivo de retenção é a terceira infração mais cometida no estado

Mas por que tanta gente insiste nesse erro?

Pergunta difícil. Talvez seja o custo das cadeirinhas - que não é baixo, reconheço. Ou aquele pensamento perigoso de "é só uma voltinha rápida". O problema é que os acidentes também são rápidos. E definitivos.

Outro dado que salta aos olhos: a maioria dessas infrações foi flagrada em vias estaduais, não nas federais. Isso sugere que o problema está mais perto do que imaginamos - nas estradas do dia a dia, naquela ida à escola, ao mercado, à casa da avó.

E tem mais. A PRF identificou que muitos condutores até possuem os dispositivos, mas os usam incorretamente. Cadeirinhas mal instaladas, cintos torcidos, crianças que já deveriam estar no assento de elevação mas continuam na cadeirinha... São detalhes que, em uma situação de emergência, fazem toda a diferença.

E as consequências vão além da multa

Além da infração gravíssima - que significa 7 pontos na carteira e R$ 293,47 de multa - o veículo pode ser retido até que a irregularidade seja sanada. Mas, francamente, o preço material é o que menos importa aqui.

O que custa caro mesmo é o risco que se corre. E olha que eu nem sou pai, mas me arrepio só de pensar numa criança sendo arremessada dentro de um carro em movimento.

A PRF tem intensificado as operações específicas para fiscalizar esse tipo de infração. E fazem bem. Porque enquanto houver quem coloque em risco a vida dos pequenos, precisa haver quem os proteja - mesmo que à força da lei.

No final das contas, a questão é simples: cadeirinha não é opção, é obrigação. E amor de verdade se demonstra com atitudes que protegem, não com negligências que arriscam.