
Era pra ser mais um dia normal de trabalho. Mas o destino, esse artista caprichoso e imprevisível, tinha outros planos para a manhã de domingo do tabelião José Raimundo Ribeiro Filho. Por volta das 7h30, na BR-135, quase na altura do município de Bacabal, algo terrivelmente errado aconteceu.
O carro que ele conduzia — um Hyundai HB20 de cor prata, modelo 2022/2023 — simplesmente saiu da pista. Não houve choque com outro veículo, nem aparente falha mecânica óbvia que explicasse a tragédia. O automóvel simplesmente deixou o asfalto e mergulhou numa ribanceira. Uma queda brutal.
O socorro foi acionado rápido, até que foi. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) chegou ao local. Os bombeiros também. Encontraram o veículo destruído pela violência do impacto e, dentro dele, José Raimundo. Já sem vida. A cena era de partir o coração de qualquer um — daqueles momentos que ficam gravados na memória de quem trabalha no resgate.
Não, ele não era um jovem. Tinha 73 anos. Uma vida inteira pela frente, ou melhor, já vivida. Uma carreira dedicada à justiça e à legalidade como titular do Cartório Único do 2º Ofício de Penalva. Imagino o tanto de histórias que aquele homem carregava consigo. Histórias de casamento, de certidão de nascimento, de óbito… ironia cruel do destino, não?
O Que Resta: Perguntas e uma Investigação
Agora, o que sobra são perguntas. O que será que aconteceu exatamente? Um mal súbito? Um segundo de distração? Um desvio brusco para evitar algo na pista? A PRF já abriu uma investigação para tentar desvendar o mistério por trás dessa fatalidade. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Bacabal, onde os peritos vão fazer a sua parte.
É um daqueles acidentes que te fazem pisar no freio da vida e pensar: "poderia ser eu". Um lembrete mórbido, mas necessário, de que a estrada é implacável. Um instante é tudo o que separa a normalidade da catástrofe.
Agora, uma família em luto. Uma cidade de Penalva de luto. E uma vaga vazia no cartório que dificilmente será preenchida da mesma maneira.