
Era mais uma tarde de sol forte em Ribeirão Preto, daquelas que o asfalto chega a tremer de quente, e o Zé do carrinho de sorvete – todo mundo na região conhece um Zé desses – estava na dele, na correria do ganha-pão. O que ele não esperava, nem em pesadelo, era que o perigo viria de repente, sem avisar, num chiar de pneus que até hoje ecoa na cabeça de quem viu.
Dois carros, num daqueles encontros fatais que a gente só vê em filme, se espremeram num cruzamento como se não houvesse amanhã. O barulho foi de estrago – metal contra metal, vidro estilhaçando, aquele susto que paralisa o peito.
E o Zé? Quase no meio do caminho. Quase. Por segundos – e olha que segundo às vezes vira uma eternidade – ele deu um salto para trás, instinto puro, enquanto o carrinho dele levou um tranco danado. Dá até arrepio de imaginar o que poderia ter acontecido.
O vídeo, que já rodou meio mundo, mostra direitinho a cena de tirar o fôlego. De um lado, a rotina apressada da cidade. Do outro, a sorte – ou o destino – dando uma colher de chá pra quem precisa. Teve gente que disse que foi um milagre. Outros, que o homem tem mesmo é um anjo da guarda forte.
O caso rolou na Avenida Presidente Vargas, perto do cruzamento com a José Seminério. Lugar movimentado, cheio de história – e agora, mais um capítulo dramático pra contar.
O que fica, no fim das contas, é aquele aperto no estômago de lembrar como tudo pode mudar numa fração de tempo. E também um certo alívio, sabe? Daqueles que a gente sente quando vê que, contra todas as probabilidades, alguém saiu ileso. O Zé, segundo testemunhas, continuou trabalhando depois do susto. Resistência pura, na veia.