
Era pra ser mais um dia comum em Araçatuba. O sol castigava como de costume, e Priscila — uma moça de 32 anos que todo mundo descrevia como "aquela pessoa que iluminava o ambiente" — seguia sua rotina. Mas o destino, esse sujeito imprevisível, tinha outros planos.
Na terça-feira (29), por volta das 14h, o inesperado aconteceu. Um juiz aposentado, cujo nome a gente prefere não destacar aqui, perdeu o controle do carro. O veículo — um sedã prateado que parecia tão inofensivo — virou arma num piscar de olhos.
Sonhos interrompidos
Priscila não era qualquer uma. Além de sustentar os pais — gente simples que dependia dela —, ela nutria um sonho que muitos considerariam "maluco": fazer rir. "Ela tinha um talento natural pra comédia", conta uma amiga, com a voz embargada. "Só que agora... agora a gente nunca vai saber o que ela poderia ter sido."
O que dói mais, talvez, é a pergunta que ficou. A mãe dela, entre lágrimas, soltou: "Como será minha vida agora?". Pergunta que nenhum juiz, aposentado ou não, deveria ter o poder de responder.
O outro lado da moeda
O tal juiz — 72 anos, experiência de sobra — alega que "não viu" a vítima. Será? Araçatuba não é São Paulo; o trânsito aqui não justifica esse tipo de "distração". A delegacia registrou o caso como homicídio culposo, mas você me pergunta: até quando a "culpa" vai ser a desculpa perfeita?
Testemunhas falam em velocidade acima do permitido. Outras dizem que ele parecia "distraído". Numa cidade onde todo mundo conhece todo mundo, esse tipo de coisa não passa batido.
O que fica
Priscila deixou:
- Pais idosos que agora enfrentam o mundo sem seu apoio
- Roteiros de comédia nunca encenados
- Amigos que juram que ela "tinha aquela luz rara"
Enquanto isso, o sistema — ah, o sistema! — segue seu curso. O juiz responderá em liberdade, é claro. Porque no Brasil, algumas vidas parecem valer menos que outras.
E você aí, lendo isso: quantos "acidentes" como esse precisam acontecer até a gente acordar?