Imagine a cena: um caminhão pesado, desses que transportam sonhos e mercadorias, transformado em arma de fuga por três homens desesperados. Fortaleza testemunhou nesta madrugada de domingo um daqueles episódios que parecem saídos de filme de ação - mas com a fria realidade do asfalto quente do Nordeste.
Por volta das 3h30, quando a cidade ainda tentava decidir entre dormir ou acordar, a Rua Silva Jataí no bairro Ellery se tornou palco de um verdadeiro teatro do absurdo. A Polícia Militar, sempre alerta, identificou o veículo como sendo fruto de furto recente - e aí, meu amigo, a corda esticou.
O que se seguiu foi uma dança macabra entre perseguidores e perseguidos, cada curva mais fechada que a anterior, cada acelerada mais desesperada. O trio dentro da cabine devia ter o coração batendo mais rápido que o motor do caminhão - e olha que isso é dizer muito.
O Momento Crítico
Eis que numa dessas viradas mal calculadas - porque quando se está fugindo da lei, raramente se faz cálculos precisos - o destino pregou uma peça. O caminhão, pesado e desgovernado, simplesmente decidiu que não seguiria mais o script dos assaltantes.
O veículo capotou com uma dramaticidade que até Hitchcock admiraria. Virou-se completamente, como um besouro gigante de metal que pede misericórdia ao asfalto. E pasmem: os três ocupantes, contra todas as probabilidades, saíram caminhando do arremedo de acidente.
Mas a fuga, essa teimou em continuar. Dois deles simplesmente evaporaram na paisagem urbana, aproveitando a escuridão e a confusão momentânea. Um, porém, não teve tanta sorte - ou astúcia - e foi capturado pela PM ainda no local.
As Consequências Imediatas
O guincho chegou como personagem coadjuvante essencial nesse drama, removendo o protagonista de metal que agora jazia de lado. O trânsito, é claro, ficou um caos - mas convenhamos, numa madrugada de domingo em Fortaleza, até que o estrago foi contido.
O mais intrigante? A carga. O que carregava esse caminhão que valia tanto risco? Mercadorias? Produtos? Esperanças roubadas? Eis uma pergunta que ficou sem resposta imediata - a polícia segue investigando, como deve ser.
Testemunhas olhavam ainda atordoadas enquanto o sol teimava em nascer. Um vizinho, que preferiu não se identificar - sempre preferem não se identificar - comentou que "parecia cena de filme, mas com cheiro de gasolina e medo real".
E assim segue Fortaleza: uma cidade que não dorme, mas que às vezes tem pesadelos em plena via pública. A PM não divulgou mais detalhes sobre a identidade do preso, nem sobre os foragidos - mas uma coisa é certa: as câmeras de segurança da cidade estão cada vez mais atentas.
Resta torcer para que os dois que escaparam reconsiderem suas vidas - antes que o próximo capítulo dessa história tenha um final ainda menos feliz.
