
Era uma daquelas pessoas que iluminava qualquer ambiente — com um sorriso fácil e aquela energia contagiante de quem realmente ama a vida. Maria Vitória Ferrari, 32 anos, não era só mais uma médica competente. Era uma força da natureza, do tipo que fazia plantão de 24 horas e ainda encontrava disposição para galopar nos fins de semana.
Na última segunda-feira (19/08), o destino pregou uma daquelas peças cruéis. Na altura do km 42 da Rodovia Armando de Salles Oliveira, em Ribeirão Preto, seu carro saiu da pista. Os socorristas chegaram rápido, mas... Bem, às vezes a medicina não vence todas as batalhas.
Mais que uma médica: uma mulher de paixões intensas
Quem a conhecia diz que Maria Vitória tinha dois amores além da medicina:
- Cavalos desde os 8 anos — começou no hipismo por acaso, numa fazenda do avô, e nunca mais parou
- Passaporte sempre carimbado — nos últimos 5 anos, visitou 17 países (a última foto no Instagram? Um pôr do sol na Patagônia)
"Ela dizia que montar a cavalo era como operar — exigia concentração total, mas dava uma liberdade absurda", lembra a amiga Luísa Mendonça, colega de residência.
O vácuo que fica
No hospital onde trabalhava, o clima é de... Como descrever? Aquele silêncio pesado de quando falta alguém que deveria estar ali. Na enfermaria pediátrica — sua paixão profissional —, as crianças perguntam pela "doutora que trazia adesivos".
Nas redes sociais, a comoção. Pacientes postam histórias da médica que "olhava nos olhos" e "explicava tudo com paciência de avó". Um deles, o pequeno Miguel, 7 anos, desenhou um cavalo com estetoscópio — "pra doutora levar pro céu" [sic].
O velório acontecerá nesta quarta-feira (21/08), no cemitério São João Batista, em Ribeirão Preto. A família pede doações para o Instituto do Câncer Infantil no lugar de flores — porque "ela odiava desperdício", como disse o irmão caçula.