
Parece que a brisa fresca da serra não é suficiente para refrescar a cabeça de alguns motoristas. Em Nova Friburgo, aquele tradicional copo de vinho ou a cervejinha depois do trabalho estão virando um problema grave — e os números não mentem.
Segundo os últimos levantamentos, a cidade disparou no ranking nada honroso de embriaguez ao volante no Rio de Janeiro. E olha que a concorrência é forte, viu? Mas eles conseguiram — infelizmente — o primeiro lugar.
Números que assustam
Enquanto a média estadual fica em torno de 3,5%, em Nova Friburgo os agentes de trânsito flagraram quase 7% dos motoristas com níveis de álcool no sangue acima do permitido. Isso significa que, a cada 15 veículos parados em blitz, um estava com o motorista sob efeito de bebida alcoólica.
— É como se a galera achasse que, por estar na serra, as leis de trânsito não se aplicam — comenta um agente que prefere não se identificar. — Tem dias que parece festa de São João, tanta gente bêbada ao volante.
Finais de semana são os mais críticos
Se você pensa que isso acontece só à noite, engano seu. Os dados mostram que:
- Sábados concentram 40% das ocorrências
- Entre 14h e 18h há pico de flagrantes
- Motociclistas lideram as estatísticas (surpresa zero, né?)
E não adianta dar aquela desculpa de "só tomei uma" — a lei é clara, e a fiscalização está cada vez mais rigorosa. A multa? R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Sem contar o risco de causar acidentes fatais.
O que dizem as autoridades
O secretário municipal de Trânsito, em entrevista coletiva, parecia estar entre a frustração e o desespero: "Investimos em campanhas educativas, aumentamos a fiscalização, mas parece que parte da população ainda não entendeu a gravidade".
Enquanto isso, nos bares da Rua do Comércio, a vida segue — e alguns clientes ainda insistem em pegar o carro depois de algumas doses. "Ah, eu dirijo melhor assim", já ouvi um dizer, como se álcool e direção fossem combinação menos perigosa que pneu careca na chuva.
O fato é que Nova Friburgo precisa acordar para essa realidade antes que os números virem estatísticas de mortes no trânsito. Porque no fim, todo mundo sabe: álcool e direção não combinam. Nunca combinaram. E nunca vão combinar.