Uma cena que parecia sair de um pesadelo. Na madrugada de domingo (4), por volta das 3h30, o silêncio da BR-174 — aquela estrada que corta Roraima feito uma cicatriz no mapa — foi quebrado por um baque seco. Uma motociclista, ainda não identificada, colidiu de frente com uma capivara que resolveu cruzar a pista no trecho entre Boa Vista e o sul do estado.
Segundo testemunhas — uns caminhoneiros que pararam pra ajudar —, a mulher bateu a moto no animal e foi arremessada como um boneco de pano. O estrago foi feio. Quando o resgate chegou, já era tarde demais.
O que sabemos até agora?
- A vítima estava sozinha na moto, sem documentos (tá complicado até pra identificar)
- A capivara... bom, essa não sobreviveu também
- A Polícia Rodoviária Federal já abriu inquérito — mas convenhamos, não tem muito o que apurar além do óbvio
E aqui vem aquela parte que sempre me dá nos nervos: a BR-174 é famosa por esses bichos atravessando a qualquer hora. Ano passado mesmo, um caminhão virou porque o motorista desviou de uma anta. Mas cadê sinalização? Cadê passagem de fauna? Parece que só lembram quando acontece tragédia.
"É um trecho perigoso, a gente até tenta reduzir, mas de noite é complicado", confessou um dos socorristas, esfregando os olhos cansados. Ele já atendeu três casos parecidos só esse ano.
E agora?
Enquanto isso, a família da vítima — se é que alguém sabe quem ela é — deve estar aí, sem nem imaginar que a vida virou de cabeça pra baixo. E a capivara? Mais uma vítima do progresso que avança sem olhar pros lados.
Morre gente, morre bicho, e a estrada continua lá, engolindo histórias como se fossem folhas secas no asfalto.
