
Era pouco depois do almoço quando o silêncio poeirento da TO-255 foi rompido por um estrondo seco. Um daqueles sons que a gente nunca esquece — metal contra metal, seguido pelo silêncio pesado que só tragédia traz.
O motociclista, ainda não identificado oficialmente, seguia rumo a uma aldeia próxima quando, por razões ainda sob investigação, colidiu violentamente com um caminhão carregado. Testemunhas contam que a moto simplesmente "sumiu" debaixo da carroceria do veículo maior. Nem o capacete — aquele último aliado dos motoqueiros — foi capaz de evitar o pior.
Cena que parou o trânsito
Quem passava pela rodovia na hora viu: o caminhão, daqueles que carregam o sustento de muita gente, ficou atravessado na pista como um gigante ferido. A moto? Nem dá pra dizer que era uma moto ainda — só um amontoado de peças que contavam uma história triste demais.
O Samu chegou rápido, mas já sabiam que era tarde. Os socorristas trocaram aquele olho — aquele que quem trabalha com emergência conhece bem — enquanto faziam os procedimentos. Às 14h37, confirmaram o que todos temiam: mais uma vida perdida no asfalto quente do Tocantins.
Perguntas sem resposta
- O motociclista tentou ultrapassar em local proibido?
- O caminhoneiro não viu a moto no ponto cego?
- Falta de sinalização na curva onde aconteceu o acidente?
A Polícia Rodoviária está colhendo depoimentos, mas sabe como é — nessas horas, cada um vê de um jeito. O motorista do caminhão, em choque, repetia que "não teve tempo de reagir".
Enquanto isso, na aldeia onde o motociclista nunca chegou, familiares recebiam a notícia que ninguém quer ouvir. Vizinhos contam que ele ia visitar parentes, levando presentes para as crianças. Agora, só vai levar saudade.
"Todo dia a mesma história nessa curva maldita", resmungou um comerciante local, enquanto olhava os detritos sendo removidos. Ele não quis se identificar, mas garantiu que já perdeu as contas de quantos acidentes viu ali.
A TO-255, que deveria ligar vidas, hoje separou uma família pra sempre. Mais um nome pra lista triste do Detran — aquela que cresce toda vez que a pressa vence a prudência.