
Não deu tempo de frear, nem de desviar. Num piscar de olhos, a rotina pacata de uma tarde qualquer em Caxias do Sul virou cenário de tragédia. Por volta das 15h desta segunda-feira (4), um motorista — que devia estar com a cabeça longe do volante — resolveu desafiar o sinal vermelho na esquina da Avenida Júlio de Castilhos com a Rua Sinimbu.
O resultado? Um baque seco que ecoou por toda a quadra. A moto, que seguia no direito da preferência, foi engolida pelo carro como se fosse papel. "Parecia filme de ação, só que de verdade", contou uma testemunha que ainda tremia ao falar com a reportagem.
O que os olhos viram (e o coração não esquece)
Segundo o boletim da Polícia Rodoviária Estadual, o motociclista — um homem de 38 anos que trabalhava como entregador — não teve a menor chance. O impacto foi tão violento que o capacete voou longe, e os socorristas já chegaram sabendo que era caso perdido. "A gente tenta, mas algumas feridas são grandes demais", confessou um dos paramédicos, com aquela voz rouca de quem já viu muita coisa.
Enquanto isso, o motorista do carro — um rapaz de 22 anos que, pasme, saiu ileso — ficou parado no meio da rua, olhando para as próprias mãos como se elas não fossem dele. "Eu... eu juro que não vi", balbuciou para os agentes. Será? O celular dele, recolhido para perícia, pode contar outra história.
O preço da pressa (que ninguém quer pagar)
Eis aí a lição que ninguém aprende até dar merda: 30 segundos a menos no semáforo podem custar uma vida inteira. O motociclista deixa mulher e dois filhos pequenos — a família, segundo vizinhos, mal tinha acabado de comemorar o aniversário da caçula.
- A via ficou interditada por quase 4 horas
- O motorista foi levado para depor na delegacia
- Testemunhas relatam que o carro "veio voando"
No fim das contas, o que sobra é aquela pergunta que não quer calar: até quando vamos tratar o trânsito como se fosse videogame? Enquanto isso, na UTI emocional da cidade, mais uma família aprende na marra que a vida — essa frágil — não tem botão de reset.