Tragédia no Trânsito de Manaus: Idosa Morre Atropelada em Perseguição Após Briga no Volante
Idosa morre atropelada em perseguição após briga no trânsito em Manaus

A tarde desta quarta-feira, 25, em Manaus, deveria ser como qualquer outra. Mas o que começou como uma simples discussão no trânsito — daquelas que todo mundo já viu ou viveu — rapidamente descambou para uma cena de pesadelo no bairro da Compensa. O calor amazônico, aquele de derreter os miolos, parecia ter tirado a paciência de todos.

Tudo aconteceu por volta das 15h, horário em que a cidade ainda fervilha. Dois condutores, um num carro e outro numa moto, se estranharam. A moto, segundo as primeiras informações, teria fechado o carro. E aí, meu Deus, a coisa degringolou feio. O motorista do carro, tomado por uma fúria que beira o incompreensível, resolveu não apenas xingar pela janela. Ele partiu para cima.

Uma perseguição urbana, daquelas de filme, começou a se desenrolar pelas ruas do bairro. O carro em alta velocidade no encalço da moto, ignorando completamente o perigo que representava para quem estivesse por perto. E é aí que a vida da dona Francisca Chagas da Silva, 68 anos, é tragicamente interceptada por essa briga de ego entre dois desconhecidos.

Ela estava na calçada da Rua 19, uma senhora de quase 70 anos, provavelmente indo para casa ou resolvendo alguma coisinha do dia a dia. De repente, o carro desgovernado — talvez tentando alcançar a moto, talvez perdendo o controle na fúria — invade a calçada e a atinge com violência. A cena foi de horror. Vizinhos correram, gritaram, mas nada pôde salvá-la. O Samu chegou rapidamente, mas só constatou o óbito no local.

O motociclista, alvo inicial da perseguição, simplesmente desapareceu na paisagem urbana. Já o motorista do carro, um homem de 47 anos cuja identade ainda não foi divulgada, não tentou fugir. Ficou no local, atordoado ou consciente da gravidade do que fez, e foi levado pela polícia para prestar depoimento. Agora, ele responde por homicídio culposo no trânsito? A pergunta que fica é: até que ponto a impunidade no trânsito nos torna todos reféns de motoristas com pavio curto?

Dona Francisca era aposentada. Deixou familiares, amigos, uma história de vida interrompida de forma tão abrupta e estúpida. A Delegacia Especializada em Crimes de Trânsito (Dect) assumiu o caso e as investigações vão apurar todos os detalhes — se havia álcool envolvido, a velocidade real do veículo, o que de fato desencadeou a briga.

Mais uma vez, o trânsito prova que não é apenas sobre carros e motos, mas sobre a humanidade — ou a falta dela — de quem está ao volante. Uma tragédia anunciada que mancha o asfalto de Manaus e deixa uma família em luto.