
Era para ser mais um dia comum. Dona Maria, 88 anos, saiu de casa com um saco de roupas usadas — doaria ao orfanato da região, como fazia todo mês. Mas o destino pregou uma peça cruel. Na altura do Jardim Helena, um motociclista, claramente exibindo manobras arriscadas, perdeu o controle da moto e a lançou contra a idosa como um projétil desgovernado.
Testemunhas contam que o barulho do impacto ecoou pela rua como um trovão. "Parecia filme de terror", disse um comerciante que preferiu não se identificar. "A moto voou, literalmente voou, e ela não teve chance."
Fuga covarde
O que mais revolta os moradores? O piloto simplesmente desapareceu após o acidente. Nem sequer diminuiu a velocidade — acelerou na contramão, deixando para trás apenas o rastro de óleo e a vida interrompida de uma avó que fazia o bem.
O Corpo de Bombeiros chegou em 8 minutos (tempo recorde para a região, diga-se). Mas já era tarde. Dona Maria não resistiu aos ferimentos na cabeça e no tórax. "Ela ainda estava consciente quando chegamos", revelou um socorrista sob condição de anonimato. "Perguntou pelas roupas... imaginem a generosidade."
O outro lado da moeda
Enquanto isso, a Polícia Militar vasculha câmeras de segurança da região. Sabem que o motociclista usava capacete preto e pilotava uma Honda CG 160 — modelo popular, o que dificulta a identificação. "É como procurar agulha no palheiro", admitiu um investigador.
E os moradores? Estão entre o luto e a revolta. No local do acidente, flores e velas formam um memorial improvisado. Uma das velas traz um bilhete manuscrito: "Você doava roupas, ele roubou sua vida".
O caso agora está nas mãos do 65° DP (Artur Alvim). Se você viu algo — qualquer detalhe por menor que seja —, não fique calado. Até porque, como diz o ditado, o pior cego é aquele que se recusa a enxergar.