
Uma cena que ninguém gostaria de presenciar. Na manhã desta segunda-feira (4), uma idosa de 68 anos — que todos conheciam por dona Maria — foi vítima de um atropelamento brutal na Avenida João César de Oliveira, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Ela seguia a pé para o trabalho, como fazia há mais de uma década, quando um carro em alta velocidade mudou para sempre a história daquela família.
Segundo testemunhas, o impacto foi tão forte que a vítima foi arremessada a vários metros de distância. "Parecia um boneco de pano sendo jogado pelo ar", desabafou um comerciante que preferiu não se identificar. O motorista, em choque, tentou prestar os primeiros socorros, mas já era tarde demais.
O que as autoridades dizem?
A Polícia Militar chegou rapidamente ao local, mas o que restou foi apenas a cena de um crime de trânsito que se repete com frequência alarmante nas nossas ruas. O condutor foi levado para prestar depoimento — e agora, além do luto, resta à família a angústia das perguntas sem resposta.
Dona Maria deixou três filhos e cinco netos que a descrevem como "o esteio da família". "Ela trabalhava desde os 14 anos, nunca parou. Até no domingo fazia bico pra complementar a aposentadoria", conta a filha mais velha, com os olhos vermelhos de tanto chorar.
Velório e comoção
O corpo da idosa está sendo velado nesta terça-feira (5) no Cemitério Parque da Colina, a partir das 14h. Vizinhos e amigos se revezam para dar apoio à família — muitos deles ainda sem acreditar que dona Maria se foi num simples trajeto que ela fazia quase que no automático, todos os dias.
Enquanto isso, o debate sobre a segurança viária na região volta à tona. A avenida onde ocorreu o acidente é conhecida pelos moradores como "pista de corrida" — e não é de hoje que pedem radares ou redutores de velocidade. Será que precisamos de mais tragédias para que algo mude?