
Não deu tempo de reagir. Num piscar de olhos, a vida de um homem foi interrompida brutalmente na Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, neste sábado (3). O que começou como mais um dia comum terminou em tragédia — e com um detalhe que deixa tudo ainda pior: o motorista simplesmente desapareceu no horizonte, sem sequer diminuir a velocidade.
Segundo testemunhas — que ainda estavam visivelmente abaladas quando a polícia chegou —, o pedestre tentava atravessar a pista por volta das 23h30, num trecho perigoso e mal iluminado. "Foi tudo muito rápido", contou um caminhoneiro que preferiu não se identificar. "Ouvi o barulho, olhei pelo retrovisor e só vi o corpo no chão. O carro nem parou."
O que se sabe até agora?
- A vítima, ainda não identificada, morreu no local — os socorristas chegaram rápido, mas já era tarde demais
- A Polícia Rodoviária está analisando imagens de câmeras de monitoramento para tentar encontrar o veículo envolvido
- Testemunhas afirmam que se tratava de um carro escuro, possivelmente um sedan, mas ninguém conseguiu anotar a placa
E aqui vem o que mais revolta: fugir depois de um acidente como esse não é só falta de caráter — é crime. O artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro é claro: deixar de prestar socorro pode render de 6 meses a 1 ano de detenção, além da suspensão do direito de dirigir. Mas, convenhamos, isso parece pouco quando uma família inteira perde alguém dessa forma.
Enquanto isso, no hospital mais próximo, os médicos só puderam confirmar o óbito. "Traumas múltiplos incompatíveis com a vida", disse um plantonista, num tom que já denunciava o cansaço de ver cenas assim repetidas vezes. A cena no local — segundo um agente que pediu para não ser nomeado — "era de partir o coração": pertences pessoais espalhados, um tênis solitário na pista, e o silêncio pesado que só tragédias como essa conseguem criar.
E agora?
A investigação segue, mas sem muitas pistas. A delegacia especializada em crimes de trânsito assumiu o caso, mas — vamos ser realistas — as chances diminuem a cada hora que passa. Se você sabe de algo, qualquer coisinha, não fique calado. Ligue para o 191 e ajude a trazer justiça para essa história que, francamente, não deveria ter acontecido.
Enquanto isso, nas redondezas, moradores reclamam da falta de segurança no local. "Aqui é um convite para o desastre", dispara Dona Marta, que vive há 20 anos perto do km 42 da rodovia. "Falta iluminação, falta faixa, falta consciência." E falta, principalmente, humanidade — da parte de quem preferiu virar as costas para uma vida perdida.