
Imagine a cena: você dirige tranquilamente pela SP-255, aquela rodovia que corta o interior paulista, quando de repente se depara com uma cortina de fogo à frente. Foi exatamente isso que aconteceu com um motorista de carreta na manhã de domingo, 22 de setembro — mas o pior ainda estava por vir.
O susto inicial, pasmem, foi só o começo da provação. Após conseguir passar ileso pelo primeiro incêndio que consumia a vegetação às margens da rodovia, próximo a Lençóis Paulista, o caminhoneiro seguiu viagem pensando que o perigo havia ficado para trás. Engano colossal.
Fogo que Persegue
Mal havia percorrido alguns quilômetros quando notas de queimado começaram a invadir a cabine. No retrovisor, uma visão digna de filme catástrofe: sua carga — nada menos que 12 toneladas de papelão destinadas à reciclagem — transformava-se em um inferno ambulante sobre as rodas.
Parece coisa de má sorte perseguindo o homem, não é? O Corpo de Bombeiros suspeita que algumas faíscas do primeiro incêndio, aquelas que parecem inofensivas, tenham se alojado na carga altamente inflamável. Bastou o vento da estrada alimentar o fogo para que, em questão de minutos, o papelão se tornasse combustível perfeito para o desastre.
Operação de Resgate Complexa
Quatro viaturas dos bombeiros — sim, quatro! — precisaram ser acionadas para debelar as chamas que teimavam em consumir a carreta. A operação durou cerca de duas horas, um tempo considerável quando se trata de fogo em movimento.
- Local: SP-255, km 319, sentido Lençóis Paulista
- Horário: Por volta das 11h da manhã
- Carga: 12 toneladas de papelão reciclável
- Duração do combate: Aproximadamente 2 horas
O que mais impressiona nesse caso — além da sequência improvável de eventos — é que ninguém se feriu. O motorista, ainda em estado de choque, conseguiu parar o veículo a tempo e se afastar a uma distância segura. Milagre? Talvez. Competência em situação de emergência? Com certeza.
Risco que Poucos Percebem
Pouca gente imagina, mas cargas aparentemente inofensivas como papelão representam risco significativo em condições específicas. A combinação de material combustível, vento e faíscas pode criar cenários perigosíssimos nas estradas.
Os bombeiros alertam que situações como essa são mais comuns do que se pensa, especialmente durante o período de estiagem. A vegetação seca às margens das rodovias funciona como estopim, e qualquer centelha pode desencadear reação em cadeia.
Enquanto isso, a carreta danificada precisou ser removida com auxílio de guincho, e o trânsito — que chegou a ficar parcialmente comprometido durante o combate às chamas — já voltou ao normal. Resta ao motorista contar essa história incrível — e dar graças por ter saído vivo de um incêndio que, literalmente, o perseguiu pela estrada.