
Era um dia como qualquer outro em Porto Alegre — até que o asfalto da BR-116 virou palco de um daqueles episódios que fazem motorista frear só para olhar. Um caminhão cegonha, daqueles que carregam até sete caminhonetes zero quilômetro no lombo, decidiu tirar uma soneca inesperada na pista.
Segundo a PRF, o tacógrafo — a "caixa-preta" que registra velocidade e tempo de direção — estava com a validade vencida há quem sabe quanto tempo. Coisa de "depois a gente resolve", que virou problema na hora errada. Sete picapes importadas, agora, têm mais amassados que carro de leilão.
O estrago
Imagina a cena: toneladas de aço e tecnologia jogadas como brinquedo de criança desatenta. As caminhonetes, ainda com cheiro de novinha, viraram sucata premium. O motorista? Saiu ileso, mas deve ter perdido uns bons anos de vida com o susto.
"Isso aqui era para ser rotina", comentou um agente da PRF enquanto media o raio da curva. "Mas quando o equipamento tá irregular, vira roleta-russa."
Fiscalização não perdoa
A Polícia Rodoviária Federal foi categórica: o tacógrafo vencido é como dirigir de olhos vendados. Sem esse relógio que controla jornada, nem dá para saber se o motorista tava há 15 horas no volante ou se simplesmente deu azar.
E olha que a BR-116 nesse trecho não é brincadeira — já virou até cenário de filme de ação sem precisar de efeitos especiais. O caminhão tombou perto do viaduto da Avenida Assis Brasil, onde o trânsito já é apertado sem ajuda de acidentes.
E agora?
Enquanto os guindastes faziam seu trabalho de formiga gigante, uma pergunta ficou no ar: quantos outros "depois a gente arruma" estão rodando por aí? O prejuízo, claro, vai sair do bolso de alguém — mas dessa vez, felizmente, só do financeiro.
Moradores da região já até brincam: "Se fosse caminhão de frango, pelo menos ia ter churrasco gratuito". Mas com sete ferros-velhos de luxo na pista, o único almoço que sobrou foi o da multa por equipamento irregular.