Bauru em Alerta: Motociclistas Representam 75% das Vítimas Fatais no Trânsito em 2025
Bauru: 75% das mortes no trânsito são de motociclistas

Os números não mentem - e em Bauru, eles gritam por atenção. Uma análise recente dos primeiros nove meses de 2025 revela uma realidade que deveria causar calafrios em qualquer cidadão: 75% das mortes no trânsito envolvem pessoas sobre duas rodas.

Pare pra pensar nisso por um segundo. A cada quatro vidas perdidas nas ruas da cidade, três são motociclistas. É uma proporção assustadora, que transforma o simples ato de se locomover numa roleta russa diária para quem escolhe a moto como meio de transporte.

O Retrato de uma Tragédia Anunciada

Os dados, compilados a partir de registros oficiais, mostram que até 26 de setembro deste ano, 15 pessoas haviam perdido a vida em acidentes de trânsito no município. Desse total, impressionantes 11 eram pilotos ou passageiros de motocicletas.

"É como se estivéssemos normalizando o inaceitável", comenta um especialista em segurança viária que preferiu não se identificar. "Criamos uma cultura onde a morte sobre duas rodas virou estatística, não tragédia."

Por Que Tantas Vítimas?

As causas são múltiplas - e complexas. Alguns fatores que contribuem para este cenário preocupante:

  • Aumento exponencial da frota de motos na região
  • Infraestrutura viária que ignora as necessidades específicas dos motociclistas
  • Comportamento de risco de alguns pilotos (sim, vamos chamar as coisas pelo nome)
  • Falta de fiscalização adequada nos corredores mais perigosos

E tem mais: a combinação mortal entre pressa, distração e aquela sensação falsa de invulnerabilidade que às vezes acomete até os mais experientes.

Há Solução no Horizonte?

Algumas iniciativas começam a surgir, mas especialistas são unânimes em afirmar que soluções pontuais não resolverão o problema. Precisamos de uma abordagem integrada, que envolva:

  1. Campanhas educativas permanentes e que realmente conversem com os motociclistas
  2. Investimento pesado em infraestrutura mais segura para todos
  3. Fiscalização inteligente, não apenas punitiva
  4. Envolvimento real da comunidade nas discussões sobre mobilidade

O que me preocupa, sinceramente, é que estamos discutindo números quando deveríamos estar discutindo vidas. Cada uma desses 11 motociclistas tinha nome, família, sonhos. Reduzi-los a porcentagens já é, de certa forma, uma primeira derrota.

Bauru precisa acordar para essa realidade antes que mais vidas sejam interrompidas precocemente. As ruas não podem continuar sendo campos de batalha onde os mais vulneráveis pagam o preço mais alto.