Tragédia no interior de SP: Manifestantes acompanham audiência sobre acidente que tirou a vida de 12 estudantes
Audiência sobre acidente que matou 12 estudantes reúne multidão

O ar pesado no Fórum de Ribeirão Preto nesta quarta-feira (23) não era só por causa do calorão de 30 graus. Mais de 200 pessoas — algumas com fotos dos filhos no peito, outras segurando cartazes manchados de lágrimas — ocuparam cada centímetro do local. Tudo pra acompanhar a primeira audiência sobre aquele dia maldito em que um caminhão desgovernado acabou com a vida de 12 adolescentes.

"A gente não vai virar página", gritava uma senhora de cabelos grisalhos, segurando a imagem do neto de 16 anos. O corredor inteiro ecoava com palavras de revolta e dor. Do lado de fora, um grupo de estudantes — colegas das vítimas — montou um memorial improvisado com velas, flores e mensagens escritas a mão. "Vocês eram a melhor parte da gente", dizia um dos bilhetes.

O que rolou na audiência

Dentro da sala apertada, o juiz teve que pedir silêncio umas três vezes antes de começar. Advogados das famílias, todo mundo de roupa escura, apresentaram um pedido conjunto: que a investigação não deixe passar nenhum detalhe. "Não foi 'só mais um acidente'", destacou um deles, com a voz embargada. "Foi uma sucessão de falhas que precisa ser respondida."

Do outro lado, a defesa do motorista — que tá em liberdade provisória — tentou argumentar que o cara já tá "destruído psicologicamente". Só que aí veio o depoimento de uma mãe que perdeu a filha gêmea e a plateia não segurou:

  • "Destruído é a gente que tem que aprender a viver com a cama vazia"
  • "Meu filho nem fez 18 anos e já tá num caixão"
  • "Cadê a fiscalização das estradas? Cadê?"

A próxima audiência tá marcada pra daqui a 15 dias. Enquanto isso, os protestos prometem continuar — e crescer. "Vamos virar essa cidade do avesso até ter respostas", avisou um líder comunitário enquanto a galera aplaudia de pé.