
Imagine só: uma viagem tranquila pela BR-174, aquela rodovia que corta Roraima como uma cicatriz no mapa, transformada em pesadelo em questão de segundos. Foi o que aconteceu com duas mulheres na última sexta-feira (2), quando o carro em que estavam deu de cara com um buraco — desses que mais parecem crateras lunares — e depois com uma carreta que vinha no sentido contrário.
Segundo testemunhas, o impacto foi tão violento que o veículo ficou irreconhecível. "Parecia uma lata de refrigerante amassada", comentou um motorista que passava pelo local. Os bombeiros levaram horas para conseguir retirar as vítimas dos destroços.
O buraco era mais embaixo
Não é de hoje que os usuários da BR-174 reclamam da má conservação da pista. Só no último mês, pelo menos cinco acidentes foram registrados por causa de buracos — mas esse, infelizmente, teve o desfecho mais trágico.
"É sempre a mesma história: chove, abre um buraco, tapam com qualquer coisa e dois dias depois está pior do que antes", desabafa um caminhoneiro que prefere não se identificar. E olha que ele nem estava exagerando — a cratera em questão media quase um metro de diâmetro, segundo a perícia.
As vítimas
As duas mulheres, cujos nomes ainda não foram divulgados, eram mãe e filha. A mais jovem tinha apenas 24 anos. "Ela tinha acabado de se formar em enfermagem", contou uma vizinha emocionada. "A vida é mesmo injusta."
O motorista da carreta, que sofreu apenas ferimentos leves, está sob custódia da polícia para prestar esclarecimentos. Mas, convenhamos: será que a culpa é mesmo só dele?
Enquanto isso, no hospital onde os corpos foram levados, familiares e amigos se revezavam entre lágrimas e silêncio. "A gente sempre acha que essas coisas só acontecem com os outros", murmurou uma das presentes, segurando um lenço já encharcado.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) emitiu uma nota dizendo que "lamenta profundamente o ocorrido" e que "está avaliando as condições da via". Enquanto isso, na BR-174, os buracos continuam lá — e com eles, o risco de novas tragédias.