
Parece contraditório, mas é real: enquanto ampliava suas operações no país, a LATAM conseguiu fazer algo que muitos consideravam impossível. Nos primeiros seis meses de 2025, simplesmente deixou de lançar na atmosfera brasileira mais de 462 mil toneladas de dióxido de carbono. Um número colossal — equivalente a retirar das ruas cerca de 100 mil carros durante um ano inteiro.
Como diabos conseguiram esse feito? A resposta está num mix inteligente de estratégias. Não é magia, é planejamento. A renovação da frota com aeronaves mais modernas e eficientes pesou bastante. Sabe aqueles modelos que consomem menos combustível e fazem menos barulho? Pois é, eles estão fazendo a diferença.
Biocombustíveis entram em cena
Mas o pulo do gato veio mesmo dos biocombustíveis. A companhia está investindo pesado em fontes alternativas — e os resultados começam a aparecer. Só no primeiro semestre, o uso desses combustíveis sustentáveis representou 44% da redução total. Algo em torno de 204 mil toneladas de CO₂ que simplesmente não foram parar no ar.
E tem mais: otimização de rotas, procedimentos de voo mais eficientes e até aterrissagens otimizadas contribuíram para a economia. Detalhes técnicos? Sim. Mas são esses detalhes que, somados, geram impactos monumentais.
O que isso significa para o setor?
O caso da LATAM joga uma luz interessante sobre um debate que costuma ser polarizado. De um lado, os que defendem que aviação e sustentabilidade são incompatíveis. Do outro, os que acreditam na inovação como caminho. Os números mostram que, bem, talvez a verdade esteja no meio-termo.
A empresa não reduziu operações — pelo contrário. Cresceu. E mesmo assim cortou emissões. Isso é significativo porque demonstra que é possível conciliar crescimento operacional com responsabilidade ambiental. Não é fácil, nem barato, mas é viável.
Claro, ainda há um caminho longo pela frente. A aviação responde por cerca de 2% das emissões globais de CO₂ — parece pouco, mas não é. E a pressão por soluções mais verdes só aumenta. Investir em tecnologias disruptivas não é mais opção; é obrigação.
Enquanto isso, a iniciativa da LATAM serve como um case interessante. Mostra que mudanças graduais, quando bem planejadas, geram resultados concretos. E que talvez a transição para uma economia de baixo carbono não precise ser dramática — pode ser gradual, inteligente e, acima de tudo, realista.