
Eis que surge uma notícia que mistura política internacional, energia e uma boa dose de polêmica. O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) pegou um avião rumo à Rússia para participar de um evento que está dando o que falar: a Semana Atômica Internacional, que rolou em Sochi.
O parlamentar, que não esconde seu apoio à energia nuclear, foi convidado pela Rosatom – sim, aquela estatal russa gigante do setor nuclear – para debater o futuro energético. E olha, o timing não poderia ser mais... interessante, considerando o cenário geopolítico atual.
Um defensor convicto no coração da tecnologia russa
Kataguiri não é novato nesse tema. Ele sempre foi um entusiasta declarado da energia nuclear como solução para o Brasil. Agora, imagine só: um deputado brasileiro, no meio de especialistas globais, defendendo que o país invista pesado em usinas nucleares. A cena é forte.
O evento em Sochi não foi brincadeira. Reuniu os maiores nomes da área para discutir desde inovações tecnológicas até a segurança das usinas. E o nosso deputado estava lá, mergulhado em debates sobre como essa energia poderia ser uma alternativa viável e limpa – pelo menos na visão dele – para a matriz brasileira.
Além da energia: os bastidores políticos
Mas vamos combinar que uma viagem dessas nunca é só sobre tecnologia, não é mesmo? As relações Brasil-Rússia estão num momento delicado, e um parlamentar brasileiro sendo recebido de braços abertos pelos russos levanta questões. Será um movimento puramente técnico ou há um jogo diplomático por trás?
Kataguiri, conhecido por suas posições liberais na economia, parece estar ampliando seu leque de atuação. Ao abraçar a causa nuclear, ele se coloca no centro de um debate que envolve soberania nacional, desenvolvimento tecnológico e, claro, muito dinheiro público.
O que me impressiona é a coragem – ou talvez o timing ousado – de fazer essa ponte num momento em que o mundo está dividido em relação à Rússia. Por outro lado, quem defende a energia nuclear argumenta que é preciso separar a tecnologia da política. Complicado, né?
E o Brasil nessa história toda?
O fato é que o Brasil tem um programa nuclear que sempre esteve envolto em controvérsias. De Angra dos Reis aos projetos futuros, o tema divide opiniões. De um lado, os que veem na nuclear a energia limpa do futuro; do outro, os que lembram de Chernobyl e Fukushima.
A viagem de Kataguiri joga gasolina nessa fogueira. Será que o Brasil deve mesmo seguir por esse caminho? E que papel a Rússia poderia ter nisso? Perguntas que ficam no ar, esperando por respostas que, como sempre na política, não são simples.
Uma coisa é certa: o deputado voltou de Sochi com mais argumentos para sua cruzada nuclear. Resta saber se o Congresso e a sociedade brasileira estão preparados para esse debate. Considerando nossa tradição de discutir energia, duvido que será uma conversa tranquila.