
Imagine deixar tudo para trás e recomeçar do zero em um país distante, onde o idioma, a cultura e até o cheiro das ruas são completamente diferentes. Foi exatamente isso que Juliana Marins fez — e olha que ela não apenas sobreviveu, mas está arrasando como guia turística no Rio de Janeiro.
Nascida em Jacarta, capital da Indonésia, Juliana sempre teve um pé na estrada. Desde criança, sonhava em conhecer o mundo — mas quem diria que seu destino a levaria justamente para o Brasil, mais especificamente para a Cidade Maravilhosa?
Do arroz de jasmim à feijoada
— A adaptação foi, digamos, interessante — conta ela, rindo ao lembrar dos primeiros meses. — No começo, achava que feijoada era algum tipo de brincadeira. E o samba? Bem, ainda estou aprendendo a mexer os quadris direito.
Mas foi justamente essa autenticidade — misturada com um sotaque encantador e um conhecimento profundo sobre história e cultura — que conquistou os turistas. Hoje, seus passeios estão entre os mais bem avaliados nas plataformas de viagem.
Não foi fácil
Longe disso. Juliana enfrentou preconceito, burocracia e até dias em que pensou em desistir. — Teve uma época que eu vendia satay (espetinho indonésio) na praia de Copacabana para pagar o aluguel — revela, com um sorriso que esconde as dificuldades.
Mas ela persistiu. Fez cursos, dominou o português (com ajuda das novelas, claro) e criou roteiros únicos que misturam pontos turísticos tradicionais com curiosidades que só um estrangeiro atento perceberia.
O segredo do sucesso?
— Eu mostro o Rio como quem descobre um presente — explica Juliana, enquanto ajusta seu chapéu de palha. — Não é só sobre paisagens bonitas, mas sobre histórias. Cada beco tem um segredo, cada sorriso esconde um causo.
E os clientes adoram. — Ela transforma a cidade em algo mágico — diz um turista alemão que já fez três tours com ela. — É como se o Rio ganhasse vida de um jeito que nenhum guia comum consegue mostrar.
Para o futuro? Juliana sonha em abrir uma pequena pousada com temática indonésia. — Quero que as pessoas sintam um pedacinho do meu país aqui — diz, enquanto serve chá de gengibre caseiro para os visitantes. — Mas sem pressa. O Rio me ensinou que a melhor coisa da vida é curtir o caminho.