Santa Catarina precisa de doadores de sangue: demanda cresce e estoques podem ficar críticos em 2025
SC precisa de mais doadores de sangue para 2025

O cenário em Santa Catarina é claro: cada vez mais pessoas precisam de sangue, mas os estoques não acompanham o ritmo. Dados do Hemosc revelam um aumento expressivo nas transfusões — algo que, se continuar assim, pode virar um pesadelo logístico em 2025.

"A gente tá numa corda bamba", admite um técnico do centro de hematologia, que prefere não se identificar. Segundo ele, o crescimento de procedimentos médicos complexos e acidentes nas estradas durante o verão criaram uma tempestade perfeita. E olha que nem chegamos no período de festas juninas ainda...

Números que assustam

Em 2024, as transfusões subiram 18% comparado ao ano passado. Parece pouco? Traduzindo: são quase 3 mil bolsas a mais por mês sugadas dos estoques. E o pior: 42% dos doadores são "eventuais" — aparecem só quando há campanhas ou algum conhecido precisa.

Maria Eduarda, enfermeira há 11 anos no Hemosc, conta que virou quase psicóloga: "Tem gente que chega tremendo, com medo da agulha. Outros reclamam que doar sangue 'enfraquece'. Aí eu pergunto: prefere enfraquecer um pouquinho ou deixar alguém morrer por falta de sangue?"

O que esperar para 2025

Projeções internas — aquelas que não gostam de divulgar pra não criar pânico — indicam que:

  • Cirurgias eletivas podem ser adiadas
  • Hospitais regionais terão prioridade reduzida
  • O tipo O negativo (doador universal) deve entrar em estado crítico já no primeiro trimestre

E não adianta culpar só a pandemia ou o carnaval. O problema é crônico. "A população envelhece, a medicina avança, mas a cultura de doação fica estagnada", lamenta o diretor do Hemosc, enquanto mostra uma geladeira quase vazia de plaquetas.

Como virar o jogo

Algumas ideias que estão sendo discutidas nos corredores:

  1. Parcerias com empresas para doações em massa
  2. Unidades móveis em shoppings (com direito a desconto nas lojas)
  3. "Dia do Doador Fiel" com reconhecimento público

Mas enquanto isso não sai do papel, a realidade é dura: todo dia, às 16h, os técnicos fazem a contagem como num leilão macabro — "temos 12 bolsas de A+, duas de AB-, cinco de..." — decidindo quais hospitais serão atendidos amanhã.

E você? Quando foi a última vez que doou sangue? Será que seu tipo está em falta agora mesmo enquanto lê isso?