Hospital particular em Ribeirão Preto vira alvo de polêmica judicial: SUS ou iniciativa privada?
Hospital particular em Ribeirão vira alvo de polêmica judicial

Eis que surge mais um capítulo da novela que mistura saúde pública, interesses privados e a lentidão da máquina judiciária. Em Ribeirão Preto, um hospital particular virou o centro de uma tempestade perfeita — e não, não estamos falando de nenhum reality show.

A prefeitura, com aquela velha desculpa de "ampliar o atendimento do SUS", resolveu dar uma de Robin Hood e decretou a desapropriação do estabelecimento. Só que, como diria meu avô, "entre a boca e a garrafa, cai muita pinga". O caso virou um verdadeiro cabo de guerra judicial.

O que está em jogo?

De um lado, o poder público argumenta que a medida vai beneficiar — pasme — a população carente. Do outro, os proprietários do hospital berram aos quatro ventos que isso é puro e simples confisco. E no meio? Bom, no meio ficam os pacientes, é claro, que nem sabem mais em quem acreditar.

O juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública deu uma canetada preliminar suspendendo o decreto. Motivo? Aparentemente, a prefeitura pulou algumas casinhas no tabuleiro burocrático. Quem diria, não?

Os números que ninguém discute

  • O hospital tem capacidade para atender 15 mil pacientes por mês
  • Atualmente, 40% dos atendimentos já são via SUS
  • A desapropriação afetaria diretamente 287 funcionários

Curioso como ninguém fala nisso, né? Parece que quando o assunto é saúde pública, os números viram figurantes de um filme mudo.

E agora, José?

Enquanto a briga judicial segue seu curso — e sabemos como essas coisas podem demorar mais que série da Globo —, a população fica no limbo. Alguns moradores da região já começaram a circular um abaixo-assinado contra a desapropriação. Outros, claro, acham que "tem que pegar tudo mesmo".

O que me deixa pensando: será que ninguém aí na prefeitura lembrou que existem terrenos baldios suficientes na cidade para construir um hospital novo? Ou será que é mais fácil pegar o que já está pronto?

Uma coisa é certa: esse caso vai dar muito pano pra manga. E enquanto os doutores da lei discutem pontos processuais, os doutores de verdade seguram a bronca na ponta, tentando salvar vidas no meio desse pandemônio.