
O cenário é preocupante — e exige ação imediata. Em Jundiaí, o estoque de sangue do Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue) sofreu uma queda vertiginosa de 40% nas últimas semanas. Um baque e tanto, que deixou as prateleiras quase tão vazias quanto os corredores de shopping em dia de jogo do Brasil.
"Estamos num fio de cabelo", admite a coordenadora de captação, enquanto reorganiza frascos que deveriam estar cheios. Segundo ela, o frio atípico e as férias escolares criaram uma tempestade perfeita: menos gente nas ruas, menos voluntários nos postos de coleta.
Números que assustam
- Tipo O negativo — o "universal" — está com apenas 12 bolsas (quando o ideal seria 50)
- Reservas para cirurgias eletivas já estão sendo remanejadas
- Até plaquetas — essenciais para pacientes com câncer — estão no vermelho
Não é exagero dizer que cada doação agora vale por três. "Tem mãe de UTI neonatal chorando no telefone", conta uma enfermeira, esfregando os olhos cansados. A situação lembra aqueles filmes de desastre — só que sem efeitos especiais, apenas a realidade nua e crua.
Como ajudar?
O Colsan ampliou horários em três postos fixos (Centro, Jardim do Lago e Vila Rio Branco), além da unidade móvel que agora estaciona em supermercados. Requisitos básicos:
- Pesar mais de 50kg
- Ter entre 16 e 69 anos (menores precisam de autorização)
- Não estar em jejum — café da manhã é até encorajado
"A gente sabe que todo mundo tá ocupado", diz o diretor médico, "mas e se fosse seu parente precisando?" Um argumento que, convenhamos, corta como bisturi. A meta é clara: 150 doações diárias para sair da zona de perigo.
Ah, e tem bônus: doadores ganham "vale-sangue" para futuras necessidades. Justo, não? Afinal, solidariedade deveria ser coisa que circula — como o próprio sangue nas veias.