Brasil atinge recorde de transplantes em 2024, mas número de doadores cai: entenda o paradoxo
Brasil tem recorde de transplantes, mas doadores caem

O Brasil registrou um marco histórico no primeiro semestre de 2024: o maior número de transplantes de órgãos já realizado no país. Contudo, esse avanço convive com um dado preocupante - a redução no número de doadores efetivos.

Números que impressionam e preocupam

Segundo levantamento oficial, foram realizados mais de 5.000 transplantes entre janeiro e junho deste ano, superando em 12% os registros do mesmo período em 2023. O crescimento foi puxado principalmente por transplantes de rim e fígado.

Porém, paralelamente a esse recorde, o país viu uma queda de 8% na taxa de doadores efetivos por milhão de habitantes. Especialistas apontam que o aumento na eficiência dos processos compensou temporariamente a redução de doadores, mas alertam que essa situação não é sustentável a longo prazo.

Os desafios por trás dos números

Entre os principais obstáculos identificados estão:

  • Resistência familiar à doação mesmo em casos de morte encefálica comprovada
  • Dificuldades logísticas em algumas regiões do país
  • Falta de conscientização contínua da população

"Estamos colhendo os frutos de anos de investimento em estrutura, mas precisamos urgentemente reverter a queda nas doações", afirma o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes.

Como o Brasil pode melhorar esses índices?

Especialistas sugerem algumas medidas prioritárias:

  1. Ampliar campanhas educativas durante todo o ano
  2. Melhorar a capacitação das equipes hospitalares
  3. Agilizar processos burocráticos
  4. Investir em tecnologia para melhorar a compatibilidade entre doadores e receptores

O Ministério da Saúde anunciou que deve lançar ainda este ano uma nova campanha nacional para estimular a doação de órgãos, com foco especial em esclarecer mitos e dúvidas frequentes da população.