
Não é de hoje que a situação dos asilos na Paraíba preocupa — mas o que o Ministério Público encontrou em Bayeux deixaria qualquer um de cabelo em pé. Durante vistorias surpresa, fiscais se depararam com um cenário digno de filme de terror: infiltrações que ameaçam desabar paredes, banheiros imundos e até falta de medicamentos básicos.
"Parecia mais um depósito de gente do que um lugar pra viver com dignidade", relatou um dos promotores, que preferiu não se identificar. E olha que isso num município que recebe verba federal específica pra isso. Cadê o dinheiro, hein?
O que foi encontrado:
- Fios elétricos expostos — um risco de choque ou incêndio a qualquer momento
- Ventilação inexistente em dormitórios — imagine no calor de 35°C
- Remédios vencidos ou mal armazenados (isso quando existem)
- Colchões imundos, alguns com mais buracos que queijo suíço
O pior? Algumas instituições nem alvará de funcionamento tinham. Operavam na base do "ninguém vai descobrir". Descobriram.
E agora?
O MP deu prazo de 15 dias — quinze dias! — pra regularização. Multas pesadas e até interdição total estão na mesa. Enquanto isso, familiares estão em polvorosa. "Minha avó tá lá há 3 anos... será que sempre foi assim?", questiona Maria Lúcia, 42, com voz embargada.
Especialistas ouvidos pela reportagem lembram que isso não é caso isolado. "O Brasil trata seus idosos como lixo desde sempre", dispara o geriatra Dr. Marcos Aurélio. Ele cita dados assustadores: 68% das denúncias ao Disque 100 envolvem maus-tratos em instituições.
Pra piorar, muitas vítimas nem reclamam — por medo ou por não terem pra onde ir. Uma tristeza sem tamanho num país que se diz cristão. Cadê o "honrar pai e mãe" agora?