Parece que a tecnologia veio para complicar em vez de ajudar — pelo menos é o que pensam os moradores da Vila Tibério, em Ribeirão Preto. A tal da modernização do agendamento médico, que prometia ser a solução dos sonhos, se transformou num pesadelo de verdade. Quem diria, não é?
Desde que a unidade de saúde da família implementou um sistema de marcação por aplicativo e reduziu drasticamente o horário de funcionamento, a situação ficou simplesmente caótica. As filas, que já eram longas, agora se estendem por quarteirões. Idosos, mães com crianças no colo, pessoas com dores crônicas... todos esperando horas por um atendimento que, muitas vezes, nem acontece.
O Aplicativo que Não Funciona como Prometido
O app — que teoricamente facilitaria a vida de todo mundo — está longe de ser user-friendly. Dizem que para conseguir uma vaga é preciso ser sortudo ou acordar no meio da madrugada. Quase como tentar pegar ingresso para show de artista internacional, brinca um morador, sem graça nenhuma.
E não para por aí: a redução do horário de atendimento pegou todo mundo de surpresa. Antes funcionando em período integral, agora a unidade fecha às portas mais cedo, deixando muita gente sem alternativa. Quem trabalha durante o dia? Esquece. Quem precisa de atendimento de urgência no fim da tarde? Nem pensar.
Reclamações que Ecoam pelas Ruas do Bairro
Os relatos são de cortar o coração. Dona Maria, 72 anos, conta que tentou por três dias seguidos marcar uma consulta para ver sua pressão. Não consegui vaga nem pelo app, nem pessoalmente, desabafa. É como se a gente estivesse invisível.
Outros moradores reclamam da falta de comunicação. Ninguém foi avisado direito sobre as mudanças — simplesmente chegaram um dia e encontraram a nova realidade. Sem aviso prévio, sem explicação, sem piedade.
O Outro Lado da Moeda
A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, alega que as medidas são parte de um "processo de otimização". Dizem que o aplicativo vai melhorar com o tempo e que a redução de horário é temporária. Mas será que quem precisa de atendimento aguenta esperar?
Entre a teoria da administração pública e a prática do cidadão comum, existe um abismo. E nesse abismo, ficam pessoas reais, com necessidades reais, sendo tratadas como números num sistema que parece cada vez mais distante.
Enquanto isso, na Vila Tibério, a espera continua. E a pergunta que não quer calar: até quando?
