Greve de terceirizados vira faxina solidária: acompanhantes assumem limpeza em hospital do RN
Acompanhantes fazem faxina em hospital do RN durante greve

Numa cena que mistura solidariedade e desespero, o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró (RN), virou palco de uma ação improvisada que está dando o que falar. Com a greve dos funcionários terceirizados — aqueles que mantêm o lugar minimamente habitável —, quem botou a mão na massa (e no balde) foram justamente os acompanhantes de pacientes.

Imagina só: você está lá, preocupado com seu familiar internado, e de repente vê a sujeira se acumulando nos corredores. Foi o que aconteceu na última sexta (18). Sem papas na língua, um grupo decidiu que não ia ficar de braços cruzados. Arregaçaram as mangas e transformaram o caos em ação.

"Se não fosse a gente, tava um nojo"

"A gente já tá sofrido com a situação dos nossos doentes, aí ainda ter que lidar com lixo acumulado? Não dá", contou Maria do Socorro, que há cinco dias não sai do lado do marido. Ela, que nunca tinha pegado um rodo na vida, virou uma verdadeira "faxineira relâmpago".

O vídeo que circulou nas redes mostra:

  • Pessoas varrendo corredores com vassouras improvisadas
  • Baldes de água sanitária sendo carregados como troféus
  • Até criança ajudando a recolher o lixo — triste realidade

Por trás dessa cena quase heroica, uma crise anunciada: os terceirizados responsáveis pela limpeza e manutenção estão parados há três dias, reivindicando — pasmem — direitos básicos como vale-transporte e equipamentos de proteção.

E a administração?

Ah, essa ficou no famoso "vamos ver". Enquanto isso, quem segura as pontas são pessoas comuns, transformadas em heróis anônimos. "A gente faz por amor, mas tá cansado de ser sempre o plano B", desabafa outro acompanhante, que preferiu não se identificar.

O caso levantou debates acalorados nas redes sociais: de um lado, quem aplaude a iniciativa popular; de outro, quem questiona até quando a população vai tapar os buracos deixados pelo poder público. E você, o que acha?