Zé Neto e Cristiano abrem o coração sobre luto e depressão após tragédia com Marília Mendonça
Zé Neto e Cristiano falam sobre luto após Marília Mendonça

Quase quatro anos se passaram, mas a ferida ainda lateja. Zé Neto e Cristiano, em entrevista exclusiva, descrevem o turbilhão emocional que enfrentaram desde aquela tarde de novembro de 2021 — quando o avião com Marília Mendonça caiu em Minas Gerais, levando consigo não apenas uma colega de profissão, mas parte do próprio significado de fazer música.

"A gente fingia normalidade nas redes sociais, mas era pura encenação", confessa Cristiano, esfregando as mãos como quem tenta apagar uma memória. "No camarim, depois dos shows, era silêncio e remédio pra ansiedade."

O peso do palco sem ela

Eles detalham a rotina surreal dos primeiros meses:

  • Crises de pânico ao ouvir helicópteros
  • Terapia três vezes por semana
  • Vontade de abandonar a carreira

"Tinha dia que eu botava o pé no palco e via ela na plateia — claro que era miragem, mas o coração acelerava igual", revela Zé Neto, antes de fazer uma pausa longa demais para ser casual.

O antídoto na música

Curiosamente, foi justo a arte que quase os destruiu que se tornou salvação. A dupla explica como compuseram "Segunda Estrela", canção cheia de metáforas sobre perda, sem nunca citar Marília diretamente — "pra não virar espetáculo", justificam.

"O sertanejo sempre fala de amor, mas ninguém ensina a cantar a ausência", filosofa Cristiano, enquanto ajusta o relógio pela quinta vez em dez minutos. Tique nervoso? Talvez. Humanidade crua? Com certeza.

E você, já parou pra pensar como artistas lidam com luto sob holofotes? Difícil mesmo é quando a plateia espera sorrisos, mas a alma pede luto.