
Parece que a geração dos nossos avós tinha razão — ficar muito perto da TV realmente faz mal. Só que agora, o problema ganhou proporções epidêmicas. Um estudo recente mostra que os olhos das crianças brasileiras estão pagando o preço da era digital.
Números que assustam
Dados apontam que casos de miopia em crianças aumentaram 40% nos últimos 5 anos. E adivinhe só? O vilão mora nos nossos bolsos — smartphones, tablets e aquelas horas intermináveis na frente do computador.
"É como se estivéssemos criando uma geração de "olhos cansados"", comenta a oftalmologista Dra. Luísa Mendonça, que atende no Rio de Janeiro. Segundo ela, o problema não é só a distância, mas o tempo. "Duas horas por dia já são suficientes para causar danos cumulativos."
O lado B da tecnologia
Enquanto escolas adotam tablets e pais usam celulares como "babás digitais", os olhos das crianças trabalham em turnos triplos. A luz azul — aquela que vem das telas — age como um estimulante permanente para a retina. Resultado? Olhos que não descansam, não se desenvolvem direito.
- Em 2010, apenas 10% das crianças tinham miopia
- Em 2023, esse número saltou para 35%
- Projeções indicam que até 2030, metade das crianças será míope
E não é só colocar um óculos e pronto. Miopia precoce pode levar a problemas graves como descolamento de retina e até cegueira na vida adulta. Assustador, não?
Como frear essa epidemia silenciosa?
Parece missão impossível numa era onde até a lição de casa é digital, mas especialistas sugerem:
- Regra 20-20-20: A cada 20 minutos, olhar para algo a 20 pés (6 metros) por 20 segundos
- Brincadeiras ao ar livre — a luz natural é o melhor remédio para os olhos
- Limitar tempo de tela a no máximo 2 horas diárias (sim, sabemos que é difícil)
"O segredo está no equilíbrio", filosofa o Dr. Carlos Albuquerque, de São Paulo. "Tecnologia veio para ficar, mas precisamos ensinar as crianças a usá-la sem sacrificar a saúde."
E você, já parou pra pensar quantas horas seu filho passa grudado numa tela? Talvez seja hora de dar um tempo — literalmente — para aqueles olhinhos que ainda têm o mundo inteiro para ver.