Crise no HWA: Falta de Cirurgiões Pediátricos Deixa Crianças em Situação de Risco em Fortaleza
Falta de cirurgiões pediátricos paralisa hospital em Fortaleza

A situação é dramática — e não, não é exagero. Quem depende do Hospital Infantil Waldemar Alcântara, em Fortaleza, sabe que a espera por uma cirurgia pediátrica virou uma verdadeira loteria perigosa. E o motivo? Uma escassez crítica de cirurgiões pediátricos que já dura meses.

Imagina só: seu filho precisa de uma operação considerada urgente e ouve que a lista de espera tem mais de 50 crianças. Algumas esperam desde maio. Outras, desde ainda antes. É desesperador.

O que diz a Secretaria de Saúde?

Pois é. A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) reconhece o problema — não tem como negar, né? — mas jura de pés juntos que está tentando resolver. Eles afirmam que publicaram editais, chamaram profissionais, mas esbarram numa falta generalizada desses especialistas no mercado.

Não é só aqui, dizem. É nacional. Só que isso é pouco consolo para quem está na fila.

E as cirurgias urgentes?

Aqui é que a coisa fica ainda mais tensa. A secretaria garante que os casos realmente urgentes, aqueles que não podem esperar, estão sendo redirecionados para outras unidades. O Instituto Doutor José Frota (IJF) seria um deles.

Mas aí vem a pergunta que não quer calar: quem define o que é "realmente urgente"? E os casos "só" importantes, que não são emergência hoje, mas podem virar amanhã?

É uma linha tênue — e assustadora.

Além da cirurgia: o efeito dominó

O problema não para na sala de operação. Com o bloqueio das cirurgias, todo o fluxo hospitalar fica comprometido. Leitos que deveriam ser liberados continuam ocupados. Novas internações ficam mais difíceis. É um efeito cascata que sobrecarrega todo o sistema.

É como um engarrafamento que começa num único ponto, mas para a cidade toda.

E agora?

Enquanto a Sesa busca alternativas — que incluem desde a contratação via cooperativa até a negociação com outros hospitais —, dezenas de famílias seguem num limbo angustiante. Esperar por saúde não deveria ser assim.

Uma coisa é certa: a falta de profissionais especializados não é um problema que se resolve da noite para o dia. Mas para as crianças na fila, cada dia é uma eternidade.