
Imagina carregar na pele toda a história de uma vida — cada símbolo, cada cor, cada linha contando uma parte de quem você foi. Agora, imagina querer apagar tudo isso. É exatamente essa saga surreal — e profundamente humana — que um brasileiro decidiu encarar.
Não foi do dia para a noite, claro. Essas coisas nunca são. Tudo começou com uma reviravolta interior daquelas que a gente só vê em filme — uma conversão religiosa que balançou tudo. De repente, aquelas tatuagens que antes eram orgulho viraram lembranças de um passado que ele não queria mais carregar.
O Longo e Doloroso Caminho do Apagão
E quando digo doloroso, é doloroso mesmo. Remover tatuagem não é como passar uma borracha num papel — é um processo lento, caro e, convenhamos, nada agradável. Cada sessão é um parto — com laser no lugar da anestesia geral.
- Primeira sessão: Aquela mistura de alívio e desespero — será que eu aguento?
- Segunda: A pele fica gritando de dolorida, mas a mente já vislumbra a liberdade.
- Terceira e quarta: Virou quase uma rotina — dolorida, mas rotina.
- Quinta sessão: O marco — metade do caminho andado, mas ainda tem chão pela frente.
O mais fascinante? Cada disparo do laser apaga um pedaço da história — mas não da memória. Isso fica, e como fica. É como se ele estivesse se redesenhando por dentro e por fora ao mesmo tempo.
Não é Só sobre Tinta, é sobre Identidade
O que me pega nessa história toda não é a técnica — que é impressionante, sim — mas a coragem de se reinventar. Quantos de nós temos medo de mudar até o cabelo, imagina apagar a própria pele?
E tem a questão da fé, que é… complicada. Uns vão chamar de milagre, outros de loucura. Eu fico no meio-termo: chamo de necessidade humana pura — daquelas que a gente só entende quando passa por algo parecido.
O processo ainda não terminou — deve durar mais uns bons meses — mas já mudou tudo. A relação com o corpo, com o passado, com o futuro. É como se ele estivesse escrevendo um novo livro, só que dessa vez… sem tinta.
E aí, você teria coragem? Eu confesso que pensaria umas dez vezes — mas histórias como essa fazem a gente repensar quantas camadas da nossa própria vida a gente carrega sem nem perceber.