Crise na Maternidade de Madureira: Recém-Nascido em UTI sem Pediatra e Família em Desespero
Crise em maternidade: bebê em UTI sem pediatra no RJ

Imagine a cena: um recém-nascido frágil, dependendo de aparelhos para respirar, enquanto minutos viram horas sem a presença crucial de um pediatra. Essa não é ficção – é a realidade assustadora que uma família enfrenta neste exato momento na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, em Madureira.

O caso, que veio à tona na tarde desta sexta-feira (5), expõe com crueza as fissuras do sistema público de saúde. O bebê, que necessita de cuidados intensivos, está há mais de quatro horas sem o acompanhamento médico especializado que sua condição exige.

O Desespero nos Corredores

Parentes relatam um misto de indignação e impotência. "É um descaso que corta a alma", desabafa uma tia da criança, preferindo não se identificar. "A gente fica aqui olhando para aquela criaturinha tão pequena, tão indefesa, e não pode fazer nada além de rezar."

Funcionários da unidade – que também pediram anonimato, temendo represálias – confirmam que a situação não é isolada. "A escalas de plantão vive incompleta", revela uma enfermeira. "Só hoje, três profissionais pediram atestado. E aí? Quem segura a ponta?"

Algo Ressoando no Sistema

O problema vai muito além desta unidade específica. É como se toda a estrutura da saúde pública estivesse gemendo sob o peso de anos de negligência e má gestão. A secretaria municipal de saúde, questionada, emitiu uma daquelas notas genéricas que mais irritam do que acalmam: "estamos cientes e tomando as providências necessárias".

Que providências? Ninguém sabe dizer. Enquanto isso, a vida de um recém-nascido pende por um fio – um fio cada vez mais frágil.

Entre a Teoria e a Prática

Todo mundo conhece a teoria: o SUS é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo. Mas na prática, nas madrugadas escuras de hospitais superlotados, a teoria desmorona. Faltam médicos, faltam equipamentos, falta humanidade.

O conselho regional de medicina foi acionado, mas até lá... bem, até lá um bebê luta pela vida sem o cuidado adequado. É de cortar o coração.

Enquanto autoridades discutem verbas e planos de contingência, nas enfermarias a realidade é crua e imediata. E alguém, em algum escritório com ar condicionado, precisa assumir a responsabilidade por isso.