Autismo no Rio: Procura por diagnóstico na rede pública dispara, mas resultados surpreendem
Autismo no RJ: procura cresce, mas diagnósticos surpreendem

O que acontece quando uma onda de pais desesperados bate às portas do SUS no Rio em busca de respostas sobre seus filhos — e sai com mais perguntas do que chegou? Pois é, a cena se repete diariamente nos postos de saúde da cidade.

Dados recentes mostram um boom absurdo — coisa de 300% em dois anos — na procura por avaliação de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas aqui vem o pulo do gato: em 6 de cada 10 casos, os especialistas acabam fechando com outro diagnóstico completamente diferente.

O que está por trás desse fenômeno?

Conversamos com a dra. Luana Mendes, neurologista infantil que trabalha na linha de frente desse tsunami de avaliações. Ela solta a bomba: "Muitos pais chegam aqui convencidos do autismo porque viram um vídeo no TikTok ou porque a criança não fala aos 2 anos. A realidade? Pode ser desde simples atraso de fala até condições neurológicas complexas."

E olha que interessante:

  • Fila de espera? Quase 8 meses (sim, você leu certo)
  • Equipes multidisciplinares? Só em 30% das unidades
  • Laudo pronto na hora? Esquece — demora até 60 dias

Efeito dominó nas famílias

Enquanto isso, famílias como a da Marcela, mãe do pequeno Davi (4 anos), rodam num labirinto burocrático. "Ficamos 11 meses esperando. Quando chegou nossa vez, disseram que era só ansiedade. Mas como?", desabafa ela, enquanto segura uma pilha de exames que fez por conta própria.

Psicólogos alertam para o perigo dessa "caça ao diagnóstico" — alguns pais, desesperados por respostas, acabam pressionando profissionais a rotular crianças precocemente. Já os especialistas da rede pública, sobrecarregados, muitas vezes precisam fazer avaliações relâmpago.

O outro lado da moeda

Mas calma, nem tudo são espinhos. A secretaria municipal de Saúde garante que novos centros de referência estão sendo abertos — três só neste semestre. E tem mais: capacitação em massa dos profissionais da atenção básica para identificar sinais precoces.

Pra fechar com chave de ouro, um recado da dra. Luana: "Autismo não é modinha. Diagnóstico errado pode atrasar tratamento certo em anos. Melhor esperar e acertar do que sair com rótulo errado." E aí, concordam?