Suspensão de remédio vital para distrofia muscular pela Anvisa deixa famílias em desespero
Anvisa suspende remédio caro para distrofia muscular

Era para ser mais um dia comum na luta diária de centenas de famílias brasileiras. Mas a notícia que chegou na quinta-feira (8) deixou todos de cabelo em pé. A Anvisa — aquela agência que a gente nem lembra que existe até precisar dela — resolveu suspender um remédio que é praticamente a única esperança para crianças com um tipo raríssimo de distrofia muscular.

O preço? Ah, só uns míseros R$ 20 milhões por paciente. Brincadeira à parte, é dinheiro que nem aposentado do INSS consegue imaginar na conta. E agora, com a suspensão, as famílias estão se perguntando: e aí, o que vai ser da vida dos nossos filhos?

O que está rolando de verdade

Pra quem não tá por dentro do rolo, a agência reguladora decidiu tirar do mercado o Translarna (ou ataluren, pra quem prefere o nome técnico). Motivo? Problemas na fábrica do laboratório PTC Therapeutics, que produz o remédio lá fora. Parece que não tá seguindo as regras de qualidade — e aí a Anvisa meteu o pé no freio.

Mas calma que a história tem mais camadas que cebola:

  • O medicamento é a única opção aprovada pra tratar a distrofia muscular de Duchenne em pacientes que têm um tipo específico de mutação genética
  • Sem ele, a progressão da doença — que já é cruel por natureza — pode acelerar
  • As famílias dependem do SUS ou de liminares pra conseguir o tratamento (e já viu como essas coisas podem demorar, né?)

Numa sala de espera de consultório em Campinas, uma mãe que prefere não se identificar contou, com voz embargada: "É como se tivessem cortado o fio da pipa no meio do voo. A gente lutou tanto pra conseguir esse remédio...".

E agora, José?

Enquanto a Anvisa diz que a suspensão é temporária — "só até a fábrica se regularizar" —, os especialistas tão com a pulga atrás da orelha. Dr. Carlos Eduardo, neurologista que acompanha vários casos, explica: "Em doenças raras como essa, cada dia sem tratamento adequado conta. Não é como uma gripe que você deixa passar".

O laboratório, por sua vez, prometeu que tá correndo contra o tempo pra resolver a situação. Mas entre promessa e caneta assinada, todo mundo sabe que tem um oceano de burocracia.

Enquanto isso, as associações de pacientes já começaram a se mobilizar. Vão pressionar o governo, claro. Porque no fim das contas, quando a gente fala de R$ 20 milhões por tratamento, não tem família que banque isso sozinha. A conta vai parar no colo do SUS — e no nosso bolso, indiretamente.

Fica a dúvida no ar: até quando vão deixar essas famílias no limbo? Porque tempo, nesses casos, é mais que dinheiro. É qualidade de vida. É futuro.