
Não foi só alegria, foi catarse. Marco Veio, o cara que consegue fazer você rir até da conta de luz, transformou o primeiro Dia dos Pais pós-pandemia em Santa Catarina num espetáculo que misturou lágrimas, gargalhadas e aquela sensação gostosa de pertencimento.
O palco? Quase um consultório terapêutico coletivo. Com piadas que iam do cotidiano familiar aos absurdos da vida moderna, Veio provou que humor — quando bem feito — é remédio, é abraço, é confissão em público sem vergonha.
Um show de identificação
Quem estava lá jurou que o cara tinha espiado a vida particular da plateia. "Parecia que ele tava contando a história do meu casamento", riu um senhor de cabelos grisalhos, ainda enxugando os olhos. A mulher ao lado, entre um suspiro e outro: "Nunca vi meu marido rir tanto de si mesmo".
E não foram só os pais. Filhos de todas as idades descobriram ali que, pasme, seus velhos também foram jovens um dia — e cometiam as mesmas bobagens.
O momento que arrancou lágrimas
Quando a música "Meu Velho" começou a tocar, num arranjo surpreendente que misturava forró com eletrônico, até os mais durões baixaram a guarda. Foi aí que Veio mostrou seu trunfo: debaixo do humorista afiado, mora um contador de histórias que conhece como ninguém as dobras do coração humano.
"A gente vem pra rir e acaba fazendo terapia em grupo", comentou uma espectadora, enquanto organizava as compras de Dia dos Pais no estacionamento. O marido, normalmente reticente a eventos do tipo, já perguntava quando seria o próximo show.
Além do palco
Fora dos holofotes, o clima continuava de celebração. Restaurantes próximos lotados, hotéis com ocupação recorde — Santa Catarina respirava aquele ar raro de reencontro. Parecia que, depois de anos de distanciamento, famílias redescobriam o simples prazer de estar juntas.
E no meio disso tudo, Marco Veio, o catalisador involuntário de emoções, provando mais uma vez que o bom humor não é fuga da realidade, mas sim uma forma mais leve de encará-la.