
Imagina só: um tempo onde fumar era recomendado pelos médicos e a ida à Lua era considerada uma farsa cinematográfica. Pois é, o mundo já foi um lugar muito mais... digamos, imaginativo.
Os anos 1960 foram uma verdadeira caixa de pandeia de noções peculiares. A gente olha para trás hoje e não entende como certas ideias pegaram. Mas pegaram, e como!
O Elixir da Vida? Era o Cigarro!
Isso mesmo. Você não leu errado. Na contramão de qualquer senso comum atual, os cigarros eram vendidos com um apelo quase medicinal. Anúncios da época – aqueles mesmos que hoje causam calafrios – mostravam médicos de jaleco branco recomendando determinadas marcas para acalmar os nervos ou até para a saúde da garganta. Sim, é de deixar qualquer um de boca aberta. A publicidade tecia um conto de fadas em torno do tabaco, enquanto a ciência, coitada, ainda engatinhava na compreensão dos seus efeitos catastróficos.
E não para por aí. A mistura entre saúde e hábitos duvidosos era uma constante.
O Espinafre e a Lenda do Ferro Superpoderoso
Quem nunca foi obrigado a comer espinafre na infância porque ele dava uma força descomunal ao Popeye? A crença no vegetal como uma fonte inigualável de ferro era absoluta. A origem do mito? Um simples erro de decimal em um estudo científico do século XIX que superestimou grotescamente seu valor nutricional. Levaria décadas para esse equívoco ser desfeito, mas até lá, gerações de crianças encaravam o prato verde com um misto de respeito e terror, acreditando piamente que aquelas folhas as transformariam em super-heróis.
Viagem à Lua? Acredite se Quiser!
Quando Neil Armstrong deu seu pequeno passo para o homem em 1969, nem todo mundo aqui embaixo comprou a história. Uma parcela surpreendente da população acreditava, com todas as forças, que a alunissagem não passava de uma elaborada armação de Hollywood, filmada em um estúdio secreto. A desconfiança na tecnologia da época e o clima de Guerra Fria alimentavam teorias de que tudo não passava de uma jogada de propaganda americana para vencer os soviéticos. Era um verdadeiro drama espacial, com direito a diretor e tudo.
O Perigo Morava ao Lado... na Piscina
Os cuidados com a segurança infantil eram, para ser gentil, bastante relaxados. Cintos de segurança em carros? Muitos consideravam desnecessários, um exagero paranoico. Já nas piscinas, o perigo era visto de forma invertida: acreditava-se que o maior risco não era afogamento, mas sim contrair poliomielite pela água. Um medo específico que, de tão enraizado, ofuscava os perigos mais óbvios e imediatos que sabemos hoje.
Refletir sobre essas crenças é mais do que um exercício de nostalgia. É um lembrete poderoso – e um pouco constrangedor, admito – de como o conhecimento humano é um alvo móvel. O que é incontestável hoje pode virar piada amanhã. Será que daqui a sessenta anos estarão rindo das nossas certezas absolutas de agora? É bem provável.
O passado nos ensina, acima de tudo, a ter humildade intelectual. E talvez a desconfiar um pouco daquele médico que recomenda um cigarro.