
A realidade pandêmica que a gente achou que tinha ficado pra trás deu claros sinais de que ainda não acabou. E olha que assustador: bem aqui no coração do Rio Grande do Sul.
O Hospital da capital gaúcha — que preferiu não estampar sua identidade na grande mídia — acaba de confirmar o que muitos temiam: um óbito por Covid-19 em meio a um surto ativo dentro da própria instituição. Uma ironia dolorosa, não é mesmo? Quem diria que o lugar de cura viraria palco de reinfecção.
E não para por aí. Mais de sessenta pessoas — isso mesmo, sessenta! — testaram positivo para o vírus. A lista inclui desde pacientes internados por outros motivos até profissionais de saúde, aqueles mesmos que já estavam exaustos desde 2020.
Como isso foi acontecer?
Pois é. A pergunta que não quer calar. Segundo as poucas informações que vazaram — porque convenhamos, ninguém quer criar pânico —, o surto foi detectado no final de agosto e segue sendo monitorado de perto. Mas a sensação é que o baixo astral tomou conta dos corredores.
Imagina só: você está internado para tratar uma pneumonia bacteriana e, do nada, pega Covid. Ou você é um enfermeiro, já vacinado, mas que se vê novamente frente a frente com o fantasma do vírus. É de cortar o coração.
E as medidas? O que está sendo feito?
O hospital garante que protocolos rígidos foram reativados. Isolamento de casos, testagem em massa, uso obrigatório de máscaras de alta proteção… tudo supostamente em curso. Mas a pergunta que fica é: será que a baixa adesão às máscaras pela população em geral facilitou essa brecha?
Alguns especialistas já vinham alertando: a Covid não desapareceu. Ela apenas se tornou sazonal, como a gripe. Mas ainda mata. Ainda colapsa sistemas. Ainda derruba quem está vulnerável.
E agora, Porto Alegre vive um alerta silencioso. Um daqueles que não estampa capa de jornal, mas que corre em grupos de WhatsApp e deixa famílias inteiras em suspense.
O que esse surto nos ensina? Que relaxar não é opção. Que a saúde pública ainda vive sob o espectro de um vírus imprevisível. E que, por mais que a gente queira virar a página, algumas histórias insistem em ter sequência.
Fica o luto pela vida perdida. E o alerta para que outras não se somem a ela.