
Não é brincadeira. Enquanto o mundo discute inteligência artificial e viagens espaciais, uma ameaça antiga — e evitável — volta a assombrar a América do Sul. Desta vez, o sarampo, doença que já deveria estar nos livros de história, está causando estragos na Bolívia. E o Acre? Bem, o estado decidiu não esperar para ver.
Nesta quinta-feira (17), o governo acreano decretou situação de emergência em saúde pública. A medida, que pode parecer drástica, é uma resposta direta ao surto que acontece do outro lado da fronteira. Afinal, vírus não respeitam fronteiras — e ninguém quer repetir os pesadelos de 2018.
O que está acontecendo?
Na Bolívia, os números assustam: mais de 150 casos confirmados só neste ano. Crianças são as mais afetadas, claro. Sempre são. E enquanto La Paz tenta conter o avanço, aqui no Brasil a preocupação é com os 500 km de fronteira seca entre os países. Você já viu como é fácil cruzar? Pois é.
As autoridades sanitárias do Acre não estão de braços cruzados. Algumas ações já começaram:
- Barreiras sanitárias reforçadas nos municípios fronteiriços
- Busca ativa por pessoas não vacinadas
- Estoque extra de vacinas tríplice viral
- Treinamento emergencial para profissionais de saúde
"É melhor prevenir do que remediar", diz o secretário de Saúde, em tom que mistura preocupação com cansaço. Quem pode culpá-lo? Depois da COVID-19, ninguém quer outra crise sanitária.
E a população?
Nas ruas de Rio Branco, a reação é... mista. Enquanto dona Maria, 62 anos, corre para atualizar a caderneta de vacinação dos netos, o jovem Marcos, 25, diz que "isso é alarmismo". Típico, não? A geração que nunca viu um caso sequer de sarampo acha que é exagero.
Mas os números não mentem: a cobertura vacinal no Acre está em 75% — bem abaixo dos 95% recomendados pela OMS. E adivinhe onde estão as piores taxas? Exatamente nos municípios que fazem divisa com a Bolívia. Conveniente, né?
O decreto de emergência vale por 90 dias, mas pode ser prorrogado. Enquanto isso, o SUS local se prepara para o pior — torcendo, é claro, pelo melhor. Porque no jogo da saúde pública, como bem sabemos, prevenir sempre sai mais barato que tratar.