
Setembro chegou pintado de azul — e a coisa é séria. Não é só mais uma campanha no calendário. Dessa vez, a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) entrou de cabeça, mostrando que a causa da comunidade surda não pode mais esperar. E olha, a programação é daquelas de fazer barulho (sem fazer um único ruído, claro).
Pensa numa agenda cheia: palestras, debates, oficinas de Libras… tudo meticulosamente pensado para não só celebrar, mas, principalmente, educar. Porque no fim do dia, é isso: inclusão de verdade se faz com informação e, sobretudo, com gestos concretos.
Muito Além do Simbólico
O presidente da Aleam, deputado Johny, deu o tom — e não foi com discurso bonito pra inglês ver. Ele foi direto: a Casa é de todos, e ponto final. "Não podemos mais admitir que uma parte da nossa população ainda enfrente barreiras para ter seus direitos mais básicos garantidos", disparou. E não parou por aí.
A iniciativa partiu da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que tá aí pra provar que política, quando feita com vontade, muda a vida das pessoas. A deputada Joana Darc, que preside a Frente, não esconde o orgulho. "É um marco. Estamos trazendo o debate para o centro do poder, onde ele sempre deveria ter estado", comemora.
O que Tá Rolando na Aleam?
A programação — que é totalmente gratuita, diga-se de passagem — é um misto de emocionante e necessária. Dá uma olhada:
- Oficinas de Libras: Pra quem sempre quis aprender e nunca teve coragem (ou oportunidade).
- Palestras com especialistas: Gente que vive a causa no dia a dia e sabe onde dói.
- Debates sobre políticas públicas: Porque de boas intenções, o inferno já tá cheio. Hora de botar a mão na massa.
- Mostras culturais: A arte surda é potente, vibrante e merece todo o palco.
E o melhor? Tudo com tradução em Libras, é claro. Afinal, não faz o menor sentido falar de inclusão sem ser, minimamente, inclusivo.
Por que o Azul?
Ah, essa é uma história que pouca gente conhece. A cor azul foi escolhida por um motivo forte e triste: durante a Segunda Guerra Mundial, pessoas com deficiência eram identificadas com uma faixa azul no braço — eram alvos de perseguição. O mês de setembro, por sua vez, concentra datas importantes, como o Dia Mundial das Línguas de Sinais (23/9).
Hoje, a gente ressignifica. O azul virou símbolo de luta, de orgulho, de resistência. É sobre não esconder mais. É sobre se fazer ver e ouvir — mesmo no silêncio.
A Aleam, ao embarcar nessa, manda um recado claro: acessibilidade não é favor, é direito. E a sociedade que não enxerga isso, com certeza, precisa urgentemente de novos óculos.