
Não foi um dia qualquer no Distrito Industrial do Piracangaguá, em Taubaté. Logo cedo, o burburinho de vozes e o som de apitos anunciavam: os metalúrgicos estavam em pé de guerra. Cansados de promessas vazias e condições que beiram o absurdo, eles decidiram botar a boca no trombone.
E olha, o movimento não foi pequeno. Dezenas de trabalhadores, com camisetas da categoria e faixas pintadas à mão, ocuparam as ruas do distrito. Alguns até levaram os filhos — afinal, a luta é por um futuro melhor, né?
O que tá pegando?
Não é segredo que o setor tá passando por aperto. Mas o que deixou a galera realmente pistola foi o congelamento salarial (de novo!) e a falta de diálogo. "A gente vira noite na fábrica, mas quando pede o mínimo, viramos fantasma", desabafou um operário, que preferiu não se identificar — medo de represália, sabe como é?
Entre as principais reivindicações:
- Ajuste salarial acima da inflação (óbvio, ué!)
- Plano de saúde digno — "aquele que a gente tem hoje mal cobre dor de cabeça"
- Melhores EPIs — "máscara vencida não é proteção, é piada pronta"
E a patronal?
Até agora, silêncio total. Mas os sindicalistas juram de pé junto que não vão sossegar. "Se acham que vamos engolir essa seco, tão muito enganados", avisou a coordenadora do sindicato, enquanto organizava a próxima assembleia.
Enquanto isso, no chão de fábrica, o clima é de resistência. "Já passou da hora do nosso suor valer mais que migalha", resumiu uma soldadora, entre um gole de café requentado e o barulho das máquinas.